ColunistasEliana Barbosa

Perdoar é um ato de amor-próprio

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Nos últimos dias, tenho participado de várias entrevistas, cuja temática principal é como perdoar em tempos de tantas injustiças,  e com várias perguntas brilhantes dos jornalistas, venho refletindo mais sobre o quanto o autoperdão e o perdão são fundamentais para que sejamos realmente merecedores da vida que tanto queremos ter.

E este tema fascina, porque a maioria das pessoas fica imaginando que perdoar vai ser bom para quem ofendeu, mas a grande verdade é que perdoar é transformador para quem perdoa.

A pessoa que consegue se livrar do ressentimento se torna mais bela por dentro e por fora, o semblante fica mais leve e a presença muito mais agradável.

Outro mito sobre o perdão é achar que para perdoar você tem que esquecer a ofensa. Para o nosso cérebro, isso é impossível, pois sempre haverá uma marca de tudo que lhe aconteceu na vida, consciente ou inconscientemente.

Perdoar está muito além do esquecer, é você não querer o mal da outra pessoa, e, melhor do que isso, desejar o bem para ela, conseguir rezar por ela, pedir bênçãos para a vida dela.

Aí sim, você pode dizer que conseguiu perdoar.

O ATO DE PERDOAR

Você não precisa se tornar amigo do outro, mas deve rebater cada injúria com um desejo sincero de paz e prosperidade para ele.

Perdoar, muito mais que um ato de misericórdia, é um ato de amor-próprio, de autoestima. Quem se ama e se valoriza sabe muito bem que não merece viver com o lixo da raiva dominando seus pensamentos e atitudes, e corroendo a sua saúde.

Quem é inteligente, logo que começa a perceber um sentimento de rancor a lhe rondar, já se predispõe a perdoar, a desapegar-se da experiência negativa vivenciada, colocando o passado no seu devido lugar – no passado -,  e situando-se no presente, no aqui e agora.

O perdão deve ser um exercício diário, porque no estágio evolutivo em que vivemos, ainda é comum sermos atacados por aqueles que nos querem mal ou nos invejam e a melhor arma para não sermos atingidos e prejudicados é estar sempre preparados para perdoar.

Tire de seu coração a inflexibilidade e pare de declarar que tal ou qual ato é imperdoável, que se isso ou aquilo acontecesse em sua vida, você não perdoaria, etc… Isso é tolice e só faz com que você se sinta despreparado para os golpes e decepções da existência.

Lembre-se que sentir ódio ou mágoa (palavra que disfarça a verdadeira força devastadora do ódio), é entregar-se às doenças e às misérias, porque esse sentimento é capaz de desequilibrar  todas as áreas de sua vida.

Se algo não anda bem com você, é hora de se perguntar a quem você precisa perdoar

A partir do momento em que você toma consciência da necessidade de se perdoar pelos seus deslizes e perdoar àqueles que fazem parte da sua história de dores e desilusões, o caminho mais fácil para se chegar ao perdão é não julgar mais e aprender a se colocar no lugar do outro, praticando a compaixão.

Não é fácil – bem o sei -, mas perfeitamente possível e libertador!

 (Eliana Barbosa é psicoterapeuta, life coach, autora de vários livros no campo do autodesenvolvimento e palestrante motivacional – https://linktr.ee/elianabarbosapsicoterapeuta )

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