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Poliamor, uma tendência do futuro

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Regina Navarro Lins há cerca de 30 anos oferece terapia individual e de casais, realiza palestras e é também autora de 12 livros sobre relacionamento amoroso e sexual. Na obra mais recente, O Livro do Amor, Regina estudou o nascimento do amor romântico e concluiu que ele é fruto de uma construção social. A obra, resultado de cinco anos de pesquisa, revela que, ao longo dos séculos, homens e mulheres desempenham papéis em constante mutação. “O amor é uma construção social e se apresenta de formas diferentes. As pessoas precisam parar de idealizar o amor. Não tenha dúvida de que podemos escolher nossa forma de viver. Num futuro não muito distante, o sexo será mais livre. A bissexualidade é uma tendência”, diz.

Irreverente e transgressora, suas ideias sobre relacionamento são polêmicas. De acordo com a psicanalista, os tradicionais modelos de amor e sexo não correspondem mais às expectativas do século XXI: “As pessoas são infelizes porque idealizam o amor, acreditam na exclusividade conjugal. Traição é uma palavra muito forte para definir o desejo por outra pessoa fora da relação. Trair é enganar um amigo, um irmão”. Regina acredita que na segunda metade do século XXI, as pessoas viverão o amor e o sexo bem melhor do que vivem hoje.

Segundo ela, essa transformação começa à medida que o amor romântico, que entrou nos relacionamentos a partir do século XX, sai de cena: “Esse tipo de amor é calcado na construção idealizada do outro. As pessoas conhecem alguém, inventam uma pessoa que não existe, atribuem características a ela que não lhe pertencem e depois passam a vida toda querendo mudá-la. Com o amor romântico, as pessoas não se relacionam com a pessoa real, que está ao lado, e sim com a que se inventa de acordo com as próprias necessidades.

No entanto, seria totalmente absurdo dizer ninguém mais pode ser monogâmico, por exemplo. Se alguém quiser ficar 30, 40 anos amando e fazendo sexo exclusivamente com a mesma pessoa, tudo bem. Se quiser ter três, quatro parceiros fixos, ou se relacionar com pessoas do mesmo sexo, tudo bem também, desde que seja uma escolha”.

Regina afirma ainda que a bissexualidade passa a ser uma tendência à medida que avança o fim do sistema patriarcal, um sistema que se manteve por cinco mil anos com o domínio sobre a fecundidade da mulher. “Desde que o sistema patriarcal se instalou, houve a separação do masculino e feminino. Nesse modelo, o homem não podia mostrar fraqueza, ser emotivo, sensível, tinha que ser forte, poderoso, corajoso. Já a mulher não podia ser forte, tinha que ser meiga, submissa. Isso fez com que ambos os sexos ficassem aprisionados nesses estereótipos por milênios. Mas, na verdade, somos todos, homens e mulheres, passivos e ativos, fortes e fracos, corajosos e medrosos. Assim, à medida que esses estereótipos caem por terra, acredito que a bissexualidade vá aumentar muito porque a escolha do amor vai estar baseada na pessoa, no ser humano, independente do sexo”, comenta.

O poliamor é outra tendência apontada por Regina. Ela acredita que nas próximas décadas será natural amar e ser amado por várias pessoas. “Hoje, a grande viagem do ser humano é para dentro de si mesmo, na busca por novas descobertas. O amor romântico propõe o oposto dos anseios atuais. Com o fim da ideia de encontrar a outra metade, menos pessoas vão querer se fechar em uma relação a dois e mais vão optar por relações múltiplas. O que não significa o fim das relações a dois”, observa. Segundo ela, quando o assunto é amor e sexo, não existem regras ou modelos ideais, mas é preciso reformular as expectativas a respeito da vida a dois. “A relação tem que ser desprovida de manifestações de possessividade, de ciúme.

Não devemos exercer nenhum controle sobre a vida sexual do outro, até porque esse é um assunto que só diz respeito à própria pessoa. Em um relacionamento, você só tem que ter certeza de duas coisas: se sentir amada(o) e desejada(o). Mas aceitar o fim da exclusividade sobre o desejo do outro ainda não é fácil para a maioria. Por isso, para viver melhor uma relação, aconselho a jogarmos o moralismo no lixo. Uma decisão que exige muita coragem”, conclui.

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