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A família como sintoma

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A família, um sintoma contemporâneo, uma convenção socialmente mantida que naturalmente deixa de ter sentido quando o assunto é nossa existência. Socialmente preservada por medo a transformação frente ao assombroso desconhecido e pela ignorância da autoconsciência do ser humano holístico; mentalmente edificada como estrutura de base; biologicamente comprovada para a perpetuação da espécie; espiritualmente conservada na escala e psicologicamente sintoma de uma busca incessante de nossa própria identidade.

A família humana é uma estrutura criada pelo homem, transformada por situações fundamentalmente adaptativas ao meio (famílias monoparentales, homossexuales, etc).

Hoje a família nem se quer é fiável à sua criação, suas mutações atendem a demanda do homem moderno (inseminação artificial, barrigas de aluguel, adoções a distancia…). Está em vias de extinção, mudanças que afetam toda a complexidade constitutiva do ser humano moderno. A natureza não reproduzirá mais o familiar. Porque o contexto engloba uma “individuação” necessária para o momento criativo do Universo. Os filhos de hoje estabelecem vínculos distintos ao de seus pais, já não se conformam com as explicações impositivas.

Mas como sujeitos familiares, ainda seguimos culpando-nos de não perpetuar o instituído. Romperemos os mandados de ordem familiar herdados hierarquicamente. Um desejo incontrolável humano de ser o que se é. O sagrado. E não este conjunto de normas, tabus, renuncias, pecados e vergonha. Já defendia Jung que quanto mais submetido está o homem as normas coletivas, mais aumenta sua imoralidade individual.

Não é possivelmente humano renunciar ao que se é, a magia e perfeição saem à superfície com a rebeldia dos estudantes nos colégios.

A família segue contemplando oferecer o doce mel envenenado da culpa, da carência, da frustração e a prender almas genuinamente livres. Com medo de enfrentar nossos monstros que na verdade nunca foram monstros reais.

As consequências da família podem ser nefastas para as relações pais e filhos. Porque os pais não podem aceitar que seus filhos sejam o que eles na verdade foram castrados de ser.

É inaceitável que não podamos ser quem somos. A perda é parte da plenitude.

Eu proponho a desfamiliarização! Desapropriar o patrimônio patriarcal, não ter que ser igual aos pais; uma separação necessária para que o novo e o criativo salve uma época machista que está comprometendo, como mínimo, a continuidade da espécie humana.

Eu defendo que a intuição, os saltos quânticos e os chispas de genialidade são a explosão do teu próprio ser gritando por liberdade.

Uma dissociação de que tu sejas tu mesmo e os sintomas são una sociedade cada dia mais infeliz, deprimida, ansiosa, obesa, fria, cruel, enferma, desequilibrada. Então, Por que não ver o sintoma como um compromisso de transformação emergente?

Respeita meus segredos e meus sintomas deixarão de existir. Respeita como sou e os sintomas deixarão de existir. Respeita-te a ti mesmo e os sintomas deixarão de existir. Põe luz a todos os pontos de vista, não somente no teu ou naquilo que te interessa. Poe luz a esta escura relação familiar patriarcal e deixa entrar o ente feminino como uma perfeita osmose pai-mãe-filho.

Águas tranquilas não significam que não haja crocodilos! Somos seres desejosos de ser pai-mãe-filho ao mesmo tempo. Esta tríade humana somos nós mesmos, inteiros, completos.  O sapato (Escola) é pequeno para o pé (juventude). A rebelião pode ser silenciosa (maior índice de transtornos infantis das últimas décadas), mas é real.

Por que esta permissividade dos pais com os filhos atualmente?

O amor encontra os limites e a liberdade de todos!

Os vídeos-jogos e os computadores, o consumismo, as múltiplas atividades extraescolares substituindo os pais.  O ócio idiotizado. Excesso de prazer sem esforço algum. Um tamponamento crítico. Uma ilusão arrebatadora de que somos democráticos, quando na verdade é todo o contrário. Um ocultamento perigoso de posições políticas e manipuladoras exercendo o poder sobre todos, fazendo-nos acreditar que estamos ao mando. Como? Se a família, uma legitimação popular, institucionalmente social está enfermando e aprisionando a todas as possibilidades de solucionar problemas.

Somos uns descapacitados intelectuais!

Não sou contrária à família, nem tão pouco a apologia da família perfeita. Somente sou defensora de transformações nas formas obsoletas e inaplicáveis para manter a família e educar para ela. Prefiro crer na educação para a liberdade do ser.  Devolvamos a dignidade do não!

Deixar de perguntar “por que” e passar a usar o “Como?”.

É uma proposta para reorganizar teu argumento vital.

Usa a palavra AGORA em cada frase da tua conversa interna. E deixa que o resultado desta transformação fortaleça os vínculos da tua família.  Abandona a angustia quando feches a brecha entre o agora e o depois. Abandona a culpa, expressando teus ressentimentos e demonstra o frustrante que é seguir sustentando tua família sobre as mesmas condições de um passado que já não corresponde às necessidades de nenhum de seus membros. Liberdade para ser!

Tal liberação somente pode provir da vontade de cada um dos indivíduos de aplicar e aplicar-se o que tenham compreendido desde sua experiência própria. Porque sem dúvida levamos dentro uma condição inata de seguir “modelos”. Que modelo tu queres ser para tu família? Que sintoma tem tua família? Desfamiliariza-te já!

 Por: Clarice Peres (Espanha, 2014).

web: www.clariceperes.com

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