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6 dicas de como evitar comidas “Frankenstein” nos EUA

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ORANGE COUNTY, CA — Antes de me mudar para cá, eu não imaginava que o tópico “comida” seria tão tenso. Sim, eu sabia que aqui era a terra do fast food e das porcarias maravilhosas que a gente ama, mas eu não fazia ideia de que a adaptação “culinária” seria difícil assim. A minha pele sofreu bastante no início, principalmente por causa da carne cheia de corantes e mais umas substâncias nada boas para a saúde. Depois disso, comecei a ficar mais esperta e fui cada vez mais lendo e assistindo a documentários sobre a indústria de alimentos nos EUA. Ainda tenho muito o que aprender, mas o que eu já sei até agora, tem me ajudado bastante na hora de ir ao supermercado fazer as compras da semana.

Aí vão algumas dicas de como evitar comidas meio macabras aqui nos Estados Unidos, e vale também para o Brasil. Aí a coisa é menos pior, mas têm uns produtos (alô, amantes de bolacha recheada e de bolinho Ana Maria) que estão cheios de coisas bizarras também. Na hora de comprar alguma coisa no supermercado, busque sempre:

1. Ler as informações nutricionais Eu sei que às vezes a gente quer fazer as compras super rápido, mas vale a pena tirar uns minutinhos para ler as informações nutricionais dos produtos. Pode ser um pouco complicado no começo, mas depois que você pega o hábito, checar essas informações é automático.

Saiba a quantidade de açúcar de cada produto. Já falei umas duas vezes aqui e vou repetir: o paladar dos norte-americanos é MUITO doce. Tudo o que é doce é doce demais, e até nas coisas salgadas encontramos uma quantidade considerável de açúcar. Como não estou a fim de ter problemas de saúde, ando escolhendo alimentos que tenham pouco ou nada de açúcar. Claro que sou humana e que um cookie ou um chocolate às vezes cai bem — a chave do negócio é deixar essas comidinhas na área do “às vezes”.

Olha o tanto de açúcar que tem em uma garrafinha de 600 ml de Coca. Se engana também quem acha que tomar suco é mais saudável — as marcas de suco natural daqui também pegam pesado no açúcar.

Atenção! Cuidado com produtos diet e/ou light – aqui, no Brasil, na China, em qualquer lugar do mundo. Geralmente, a ~doçura~ deles vem de adoçantes artificiais, como o aspartame, por exemplo. Já foi comprovado que muitos dos adoçantes criados em laboratórios trazem riscos reais à saúde. O aspartame, bastante comum em refrigerantes diets, já foi ligado à doenças graves como Alzheimer, depressão, câncer e problemas neurológicos — mais informações úteis sobre esse assunto aqui. Por fazer mais estrago do que o açúcar em si, eu fico bem longe de qualquer coisa que tenha adoçante artificial no meio.

2. Verificar a quantidade de sódio
Eu sempre fico bem esperta com o tanto de sódio que tem nos produtos. Comidas enlatadas e congeladas, por exemplo, são as campeãs no quesito sal. Temperos e molhos prontos também são uma bomba de sal, e eu sempre fico bem longe do nosso querido (que também tem aqui) caldo Knorr. Quando me mudei para cá eu usava bastante tempero pronto — sempre via minha mãe usando isso na cozinha e achava inofensivo –, mas quando prestei mais atenção nas informações nutricionais, esse item saiu da minha lista de compras. Nada como poder controlar a quantidade de sal na nossa comida.

3. Olhe a quantidade de gordura
Por incrível que pareça, esse é o item que eu dou menos bola. É importante, sim, checar a quantidade de gordura, mas é mais importante ainda conferir os itens mencionados acima e a lista de ingredientes (que vou falar sobre já, já). Uma coisa que aprendi aqui foi prestar muita atenção nas pegadinhas dos fabricantes. Muitos deles anunciam que tal produto é fat free ou low fat, mas para o sabor não sofrer tantas mudanças, eles pegam mais pesado no açúcar e/ou no sódio. E isso eles não falam bem grande na embalagem, claro. O que mais me preocupada no quesito gordura é a gordura trans. Se em algum produto tiver 1 grama, pelo menos, de trans fat, eu não acho que vale a pena levar para casa. Além das informações nutricionais, eu fico atenta aos ingredientes que foram usados na produção dos alimentos.

4. Saiba interpretar a lista de ingrediente citada no verso da embalagem
Vocês sabiam que a lista de ingredientes tem uma ordem? O primeiro ingrediente citado é sempre o que tem mais no produto, e o último, logicamente, é o que tem beeem pouquinho mesmo. O primeiro ingrediente da bolacha Oreo, por exemplo, é açúcar. Essa bolacha é praticamente um sanduíche de puro açucar! Thank you, but no, thank you.

Já o primeiro ingrediente desse cereal é farinha orgânica de arroz. Bem melhor, né?

5. Verifique se tem high fructose corn syrup
Esse ingrediente é muito famoso aqui, e ouvi dizer que está chegando no Brasil também. O high fructose corn syrup, ou xarope de milho de alta frutose, é usado para muitas coisas aqui, mas é mais comum encontrá-lo como o substituto do açúcar em várias sobremesas, snacks, pães de forma, molhos, refrigerantes e um montão de outras coisas. Ele é o queridinho da indústria de alimento porque é fácil de ser encontrado (plantação de milho é o que mais tem nos EUA) e é bem mais barato que o açúcar comum. Só que tem um porém: como o processo de extrair a glucose do milho e transformar isso em frutose é feito em laboratório e envolve substâncias químicas, o produto final — o high fructose corn syrup — é relacionado a inúmeros problemas de saúde. Primeiro, nosso corpo absorve essa substância de maneira muito diferente do que o açucar comum. E diversos estudos feitos aqui nos EUA apontam que o uso moderado (sim, moderado já faz estrago) do xarope de milho de alta frutose pode causar obesidade, câncer, demência, problemas cardíacos, entre outras doenças bem delicadas.

E por que a tal substância não é proibida, perguntam vocês. Bom, porque a indústria do milho é ENORME, e eles não querem perder o grande império que construíram. Eles estão investindo pesado em estudos acadêmicos (pagos, é claro) para provar que não, o high fructose corn syrup não faz mal nenhum. Ahã…

Eu fico bem longe de produtos que têm essa substância em seus ingredientes. No começo foi complicado porque TUDO tinha corn syrup, mas aos poucos as coisas estão melhorando por aqui. Parece que o povo está acordando para a vida e exigindo mais da indústria de alimentos. E isso é o que eu acho bem legal dos EUA: as corporações podem ser o demônio em pessoa, mas parece que as pessoas aqui começam a ter consciência dos problemas que essas grandes empresas causam muito mais rápido. Quando o pessoal finalmente vê que a situação está feia, eles exigem uma coisa melhor. Eles metem a boca, eles boicotam os produtos, eles espalham a informação de maneira inteligente. E, aos poucos, o cenário todo vai mudando.
Olha um exemplo de corn syrup aí: a “querida” Coca-Cola.

6.Fique atento para o excesso de Conservantes e Corantes

Esse é um pouquinho mais difícil, porque a maioria dos alimentos industrializados tem conservantes. Não tem muito como fugir disso. O que eu tento fazer é comprar menos produtos assim, e escolher o menos pior.
Aqui é muito comum encontrar uns quatro agentes conservantes em um produto só. Muitas vezes, o nome dessas substâncias são impronunciáveis — e isso agora serve como tipo uma regra para mim. Se o nome do negócio tem umas 10 letras e é quase impossível de ser lido, dá para sentir que coisa boa não é, né? É tipo quando pego uma lata de Pringles e vejo lá uma lista com 20 ou mais ingredientes. Sério mesmo, precisa de tudo isso para fazer uma batatinha daquela? É muito corante, conservante e sabores artificias para fazer a cabeça da galera.Excesso de Corantes Artificiais. Outra coisa que vi que é muito comum aqui é a adição de corantes artificias para o alimento parecer mais bonito — e essas cores são colocada em carnes, bebidas, salgadinhos, bolachas, sorvete e em vários outros produtos. Só para ficar mais legal visualmente, mesmo (e a gente sabe que a aparência da comida conta muito). Como tudo que é artificial não é lá muito legal para a saúde, eu também evito comprar produtos que tenham lá nos ingredientes um yellow 14, red 45 e blue 12, por exemplo. Há maneiras naturais de colorir certos alimentos, e eu dou preferência para marcas que usam esses métodos.

No Brasil eu nem ligava para nada disso, não tinha a menor preocupação com o que eu estava comendo. Aprendi a analisar embalagens aqui nos EUA, por necessidade, mesmo. Eu queria (e quero) o melhor para mim e para minha família, então eu aprendi a ser um pouco mais chata. Eu não quero ter preguiça de ver essas coisas agora e lá na frente ter que lidar com problemas não muito agradáveis. Prevenir é sempre melhor do que resolver.

E você, costuma ler as embalagens? O que vocês costumam evitar mais?

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