Uma das grandes incertezas da maternidade é o limite entre a proteção saudável e a superproteção aos filhos, e essa dúvida é causadora de muitas culpas na vida das mães. Por isso vou compartilhar aqui, neste espaço, alguns trechos mais importantes de uma interessante matéria publicada na revista brasileira Veja, do dia 14 de abril de 2010, intitulada “Excesso de proteção faz mal ao seu filho”. As autoras Daniela Macedo e Gabriella Sandoval iniciam o tema dizendo: “Boa parte das crianças e adolescentes brasileiros vive como dentro de uma bolha, protegida dos aspectos mais triviais da realidade. É preciso dar-lhes autonomia, porque o maior risco é criar uma geração despreparada para a existência.”
A psicóloga Ceres Alves de Araujo diz: “Os pais superprotetores podem ser tão prejudiciais para a formação emocional de seus filhos quanto pais negligentes.” (….) “Aparentemente, um filho sob a vigilância irrestrita dos pais está mais seguro. Mas há um risco na vida sem riscos, o que inclui atender a todos os pedidos da criança ou do jovem. Pais que adotam para si e para seus filhos esse tipo de estratégia ignoram uma peça chave do desenvolvimento humano: a autonomia. É aquela capacidade – e sensação poderosa – de fazer escolhas. E também de aceitar seus próprios limites e reconhecer que, não raro, as escolhas podem estar erradas.” (….) “Em geral, os pais superprotetores são inseguros e ansiosos. Temem que seus filhos deixem de amá-los, esforçam-se para não fracassar em sua educação e tem pavor de ser julgados por parentes e amigos. Tudo somado, excedem-se na ânsia de acertar sempre.” (….)
“Como efeito colateral da superproteção, os especialistas da educação infantil começam a notar um aumento no número de crianças ansiosas e inseguras.” (….) “As crianças superprotegidas acham que os outros resolverão todos os seus problemas. Por isso o risco de se tornarem compulsivas ou entrarem no universo das drogas é maior. Com elas, conseguem a sensação do mundo cor-de-rosa que os pais proporcionavam enquanto as mantinham dentro de uma bolha”, explica a psicóloga Mara Pusch, da Universidade Federal de São Paulo.
Concluindo, fica aqui a minha opinião: a superproteção rouba de nossos filhos a oportunidade deles descobrirem seu valor, sua capacidade de fazer escolhas e seu direito de acertar, errar e consertar os seus erros.
Desejo a todas as mães uma vida mais tranqüila, sem tantas autocobranças e com plena autovalorização, com a certeza de que são muito especiais simplesmente pelo fato de terem ofertado uma vida aos seus filhos, o seu amor e a sua dedicação! Parabéns!
Eliana Barbosa é palestrante; apresentadora de TV e rádio e autora de livros motivacionais
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