Site icon Califórnia – BDCi News – Califórnia

Tragédia em Honduras mata mais de 350 presos

HONDURAS (BDCi) — Mais de 350 presos morreram no incêndio da penitenciária de Comayagua. O presídio é um complexo agrícola a 90 km ao norte da capital, Tegucigalpa. Segundo o Ministro da Segurança, Pompeyo Bonilla, podem haver mais mortos, mas uma investigação oficial vai determinar o número exato da tragédia. O ministro não descarta a estimativa de 366 mortos divulgada pelo comissário nacional dos Direitos Humanos, Ramón Custodio.

Muitas dos presos mortos estavam nas celas no momento do incêndio. As vítimas morreram principalmente queimadas e asfixiadas, segundo os bombeiros. A cadeia abrigava cerca de 900 presos, quase o dobro da capacidade. Segundo estimativa da polícia, 496 presos sobreviveram.

Defensores dos direitos humanos pediram a investigação das denúncias de que os guardas da prisão teriam demorado para abrir as celas durante o incêndio. “Entendemos que houve negligência. É necessário fazer uma investigação do porque as chaves não apareceram”, disse Andrés Pavón, presidente do Comitê para a Defesa dos Direitos Humanos, após ouvir depoimentos de presos e familiares das vítimas. “Quando entramos, era necessário seguir o protocolo e se os carcereiros não tivessem aberto os portões, não teríamos entrado na prisão”, disse Jaime Silva, comandante nacional dos bombeiros.

Danilo Orellana, chefe do setor penitenciário do país, afirmou que o fogo não começou por causa de uma rebelião. Ele levanta a hipotese de um detento ter provocado o fogo ou teria havido um curto-circuíto. Mas os bombeiros afirmaram ter ouvido disparos dentro do prédio e que as chamas se espalharam rapidamente por vários blocos do presídio.

Honduras tem 24 penitenciárias com capacidade para 8 mil presos, mas a população carcerária ultrapassa 13 mil detentos. O país tem a mais elevada taxa de homicídios do mundo e o sistema prisional sofre com constantes brigas entre gangues. O presidente de Honduras, Porfírio Lobo, afastou temporariamente as autoridades penitenciárias para garantir uma investigação eficaz das causas da tragédia.

Por: Josi Chevalier Fonte: G1/AFP Foto: AFP 15 de Fevereiro de 2012

8:48 p.m. PST

Exit mobile version