Na principal porta de entrada para a cobiçada Austrália, o visitante estrangeiro é apenas mais um. Não que falte receptividade e disposição dos locais para ajudar forasteiros (aliás a hospitalidade é uma das características mais marcantes do destino), mas quem desembarca nessa cidade situada na costa leste do país se depara com um mar de rostos e sotaques que vem de todas as partes do planeta.
Basta pisar na frenética George Street, uma das principais vias do centro financeiro de Sydney, para o visitante ter a sensação de estar em alguma metrópole com espírito internacional, como Nova York, Londres ou Hong Kong. Não é à toa que a culinária local tem uma forte influência da gastronomia do mundo, sobretudo da vizinha Ásia.
Mas Sydney, a capital do Estado de New South Wales, fica na Austrália e as diferenças começam por aí. Bem além da animada vida noturna e das concorridas praias do Pacífico que atraem esportistas e surfistas de todas as partes do planeta, a cidade mais antiga do país parece não perder tempo e oferece um variado cardápio de experiências que surpreende quem chega esperando apenas os prazeres de um destino litorâneo.
Mesmo quem nunca esteve naquelas terras distantes do outro lado do planeta, a mais de 24 horas de avião, já sabe que a Opera House, a Harbour Bridge e as praias das costas norte e sul são os cartões-portais da cidade, mas a dinâmica Sydney é capaz de conquistar viajantes de todos os perfis.
A viagem começa na baía de Sydney, considerada uma das mais belas e fotografadas do mundo, onde a atração mais imponente é a Sydney Harbour Bridge, uma construção de 1932 que liga o centro da cidade aos subúrbios do norte. Se do Circular Quay, o movimentado cais central, essa ponte já fascina, é do topo de seu arco a 134 metros sobre o nível da água que o visitante tem uma das experiências mais fascinantes e aventureiras do destino. É ali que terminam as alucinantes escaladas turísticas pelos 1332 degraus até seu cume. O passeio já foi provado por 2,5 milhões de aventureiros como a apresentadora Oprah Winfrey, os atores Robert de Niro e Nicole Kidman, e até a princesa da Dinamarca.
Do outro lado daquelas águas, onde o movimento incessante de barcos reforça o talento marítimo do destino, outra experiência inusitada. O que deveria ser apenas um zoológico para animais de todas as espécies, entre eles os exóticos e endêmicos bichos da Austrália, à noite se transforma em uma curiosa hospedagem para visitantes. Tendas bem equipadas são instaladas, estrategicamente, em frente ao teatro Opera House e à ponte de Sydney (cuja iluminação noturna é uma atração à parte) e servem como base para os que participam do programa em que o visitante vê jaulas de animais com hábitos noturnos, realiza um tour pelos bastidores do zoológico e pela manhã alimenta alguns bichos. Acordar com Sydney bem diante dos olhos é outra experiência que só um lugar tão descolado como a Austrália poderia ter inventado.
A natureza bem preservada, que por sorte ainda pode ser vista na região metropolitana, onde se localiza inclusive o belo e selvagem Sydney Harbour National Park, também encanta quem visita as praias do destino que, apesar de frias e com ondas fortes, são parada obrigatória. Longe das bem estruturadas Bondi e Manly, só para citar as faixas de areia mais visitadas, o destino reserva surpresas para quem dispensa atrações populares e não se importa em deitar a toalha em rincões afastados e selvagens.
Quem procura áreas quase desertas e longe do agito das famosas praias do sul deve dirigir-se mais ao norte da cidade, onde estão lugares como Collarroy. À leste, ao lado de Long Reef Beach, o visitante encontra uma das faixas de areia mais isoladas e desertas da região. Conhecido como Rock Platform, é nesse local onde as águas agitadas do Pacífico formam grandes ondas que chegam tranquilas diante de uma impressionante barreira formada por fragmentos de rochas que, por milhões de anos, repousam sobre o solo arenoso da praia. Do lado oposto, em sentido a Palm Beach, Narrabeen Head Acuatic Reserve é capaz de paralisar o visitante com suas formações rochosas naturais que são esculpidas pelo mar furioso que segue abrindo caminho praia adentro.
De volta à cidade, e com a alma renovada por aquele cenário, o visitante ainda tem tempo para se perder pelas ruelas históricas de The Rocks, bairro central que abrigou os primeiros ingleses a chegaram à cidade, em 1788. O local concentra pubs descolados e restaurantes finos situados em edifícios históricos do século 19.
Embora a Austrália seja o sexto maior país do mundo (50% maior do que a Europa), esse país da Oceania possui uma das menores densidades populacionais do mundo, cuja proporção é de apenas dois habitantes por quilômetro quadrado. E ainda assim o destino é capaz de oferecer um mundo (de sensações, principalmente) para o visitante.