Comida boa e abundante é uma tradição das celebrações de Natal e Réveillon. Mas quem abusa na mesa pode acabar com o corpo mais gordo e a consciência pesada. “Os exageros cometidos nessa única semana podem comprometer um ano inteiro de dieta”, afirma Claudia Cozer, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês.
Não é preciso abrir mão de nenhum prato gostoso para manter a linha durante o período — basta evitar os excessos. “É natural e até benéfico sair da rotina e comer mais nessa época. As festas estão ligadas a um momento de maior contato com a família e os amigos”, diz a endocrinologista Cintia Cercato, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). “Para não se arrepender depois, é preciso apenas fazer um planejamento e impor alguns limites.”
Claudia Cozer reforça a ideia. “Se você gosta muito de panetones, por que não aproveitar que eles estão disponíveis no mercado agora? O segredo é a moderação: caso seu café da manhã seja um pão com manteiga, você pode trocá-lo pela fatia de panetone, em vez de comer os dois”, afirma.
1- Um copo de bebida, por si só, pode não ser tão calórico. O problema é que raramente alguém toma apenas uma dose. “O álcool é o grande vilão das festas”, afirma a endocrinologista Cintia Cercato. “Enquanto você está sóbrio, consegue se controlar para não avançar nas guloseimas. Quando o álcool começa a agir no cérebro, fica mais difícil se segurar.” A saída é limitar o consumo a duas taças por festa e intercalar a bebida com copos de água, para manter o organismo hidratado.
2 – Petiscos típicos das festas de Natal e ano novo, como azeitonas, nozes e frutas secas, podem parecer inofensivos, mas são algumas das guloseimas mais calóricas da mesa. “A quantidade diária recomendável de oleaginosas, como nozes, avelãs, amêndoas e castanhas, é de meia xícara de chá por dia”, diz a endocrinologista Claudia Cozer. “Nas festas, as pessoas petiscam enquanto conversam e consomem bem mais do que isso.”
3 – Jejuar no dia da ceia de Natal, como uma maneira de compensar os excessos à noite, é um erro. Passar mais de três horas sem comer desperta no organismo o desejo por uma fonte de energia rápida — em outras palavras, alimentos calóricos. A dica é fazer refeições saudáveis ao longo do dia (como carne grelhada com salada no almoço) e, antes do jantar, lanchar uma fruta e um iogurte.
4 – Comer salada antes do prato principal diminui o apetite e o perigo de exagerar nos alimentos calóricos. “Verduras e legumes são ricos em fibras, o que aumenta a sensação de saciedade”, explica Cintia Cercato. “Como se trata de datas especiais, a salada não precisa ser a básica de todos os dias. Ela pode ter ingredientes como queijos.”
5 – Um estudo publicado no periódico “The Journal of Physiology” mostrou que, mesmo em épocas de comilança, fazer 45 minutos de exercícios por dia ajuda a controlar o ganho de peso — a atividade física regula os níveis de açúcar no sangue e as mudanças metabólicas nas células de gordura. “Os melhores exercícios para queimar calorias são os aeróbicos, como caminhada, corrida ou ciclismo”, afirma a cardiologista Isa Bragança.
6 – O limite deve ser um prato por noite, sem repetição. Antes de eleger os alimentos, é importante olhar todas as opções disponíveis na mesa. A maioria dos acompanhamentos, como farofa, arroz e massa, é altamente calórico e rico em carboidratos. “O maior problema desses jantares não são as carnes, mas os acompanhamentos. O prato deve conter pequenas porções de dois acompanhamentos e duas fatias de carne, no máximo”, diz a endocrinologista Claudia Cozer. O mesmo vale para a sobremesa: uma fruta e um pequeno pedaço de doce.
7 – Para manter o peso, controlar o tamanho das porções é suficiente. Caso o objetivo seja emagrecer, a recomendação é fazer algumas trocas à mesa. As carnes de aves têm menos gordura do que as bovinas ou suínas, assim como o peito em relação à coxa ou sobrecoxa. Na mesa de doces, uma fruta, claro, sempre trará mais benefícios à saúde do que um pavê. A sugestão é comer duas frutas médias ou dez morangos ou cerejas, e passar longe das compotas.
FONTE: www.veja.com.br