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Osasco, imbatível, explica sucesso de vencer 26 jogos seguidos

ESTUDO DAS RIVAIS

Imbatível nesta Superliga feminina, o Osasco vai iniciar a sua participação nos playoffs da competição – na quinta-feira, contra o Brasília –, assombrando os seus oponentes na busca pelo título. Os oito times ainda vivos na disputa sabem que nenhuma equipe alcança uma invencibilidade de 26 partidas na fase de classificação por acaso. Ainda mais em um campeonato de alto nível, no qual ao menos quatro agremiações entram com chances legítimas de título, e os outros nove que iniciam o certame têm condições de complicar a vida dos favoritos.

Caso derrote o Brasília no primeiro jogo das quartas de final, o Osasco vai alcançar a sua 27ª vitória consecutiva e se tornar o dono da maior série invicta da história da Superliga feminina, disputada desde a temporada de 1994/95. Atualmente, o time está empatado com o Sorocaba da temporada de 1995/96, que foi campeão invicto na ocasião.

Para entender o segredo do Osasco, o GloboEsporte.com foi ao treinamento de terça-feira da equipe, no Ginásio José Liberatti, e ouviu três das principais jogadoras do time (Sheilla, Thaisa e Camila Brait), além do técnico Luizomar de Moura e do preparador físico Giovanni Ciprandi. Juntos, eles formularam uma lista de cinco motivos que explicam como o time da Grande São Paulo venceu todos os seus 26 jogos até aqui nesta Superliga, sendo que 17 desses triunfos foram por 3 sets a 0, sete por 3 sets a 1 e apenas dois no tie-break (3 sets a 2).

Confira os cinco fatores que levaram o Osasco ao vencer todos os seus 26 jogos na atual edição da Superliga feminina:

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GRUPO SEM VAIDADE

Nos mais diversos esportes coletivos, as chamadas rachaduras no elenco, brigas internas e dificuldades de relacionamento podem minar as chances de uma equipe. Isso já afundou com vários times com enorme potencial para ser campeão. Para alegria do Osasco, o atual plantel chama a atenção positivamente pela harmonia entre as jogadoras, dentro e fora da quadra. Com cumplicidade e respeito, fica mais fácil atingir objetivos e vencer tantas partidas em sequência.

– O grupo do Osasco é muito bacana. A gente se gosta muito e não tem briga interna ou qualquer desavença. E isso é muito difícil de acontecer quando se reúne um monte de mulher. Essa união faz com que uma jogadora lute pela outra dentro de quadra, e isso nos ajuda muito a vencer partidas que poderiam ser complicadas – explicou a central Thaisa.

– Nosso grupo está muito gostoso de trabalhar. Uma confia na outra de olho fechado. Tudo flui mais fácil e naturalmente. Nosso time todo está tendo uma maturidade muito grande nos momentos mais decisivos dos sets. Isso tudo sem vaidade entre quem sai jogando e quem fica no banco – endossou a oposta Sheilla, que é bicampeã olímpica, assim como Thaisa.

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FORÇA FÍSICA

Além de atestar o ótimo nível técnico do Osasco nesta Superliga, as 26 vitórias em 26 jogos evidenciaram que a parte física do time está tinindo. Manter a intensidade dentro de quadra é um grande desafio em um esporte que exige uma movimentação rápida e constante como o vôlei. Para os membros do Osasco, a dedicação nas sessões de musculação, muitas vezes desprezadas por algumas atletas, tem sido algo primordial para o sucesso da equipe.

– Nós estamos malhando muito forte e isso tem feito a diferença. O time está mais forte e suportando a sequência de jogos muito bem. Estamos bem fisicamente e temos tudo para continuar assim nos playoffs – disse Sheilla.

– Não existe uma fórmula mágica, mas esse grupo está sobrando fisicamente porque se dedica muito na academia e nos exercícios dentro de quadra. Não existe uma metodologia de quartel, tudo é feito na base do diálogo e isso está funcionando muito bem. Mesmo quando as meninas entram cansadas em quadra, por conta da bateria de jogos, elas conseguem demonstrar que estão bem preparadas fisicamente, e acabam tendo uma postura muito forte na quadra – comentou o preparador físico do Osasco, Giovanni Ciprandi.

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ESTRELAS

Principais jogadoras do Osasco e destaques da seleção brasileira, as bicampeãs olímpicas (Pequim 2008 e Londres 2012) Sheilla e Thaisa estão jogando muita bola. Ambas despontaram nas estatísticas individuais e fizeram parte da seleção da fase de classificação da Superliga feminina. Thaisa é a maior bloqueadora da competição, Sheilla é a única jogadora a aparecer no top 5 da Superliga nos quesitos maiores pontuadoras, ataque, defesa e saque. Além delas, as outras duas jogadoras com presença constante na seleção, como Adenízia, central campeã olímpica em Londres 2012, e a líbero Camila Brait também atravessam belo momento.

– O time tem jogadoras consagradas, que já ganharam tudo pela seleção brasileira, mas que estão encarando essa Superliga com muita responsabilidade. Isso tem sido muito importante para essa invencibilidade. Estou muito satisfeito com o rendimento e a entrega dentro de quadra dessas jogadoras de alto nível – comemorou o técnico Luizomar de Moura.

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GRINGAS E BANCO EM ALTA

Após o vice-campeonato na última Superliga, o Osasco perdeu duas grandes jogadoras de seleção brasileira. A ponteira Fernanda Garay trocou o time pelo Fenerbahce, da Turquia, e a também ponteira Jaqueline decidiu dar um tempo no vôlei para realizar o sonho de ser mãe. As baixas fizeram muitos pensarem que o time jamais teria a mesma força. Foram contratadas para o lugar duas jovens europeias: a sérvia Sanja Malagurski e a italiana Caterina Bosetti. Figuras constantes nas equipes nacionais de seus países, elas surpreenderam ao não terem grandes dificuldades na adaptação ao Brasil e, assim, asseguraram os seus postos na equipe titular.

Quem também merece lembrança é o banco do time. Um exemplo é a ponteira reserva Gabi, que tem entrado muito bem nos jogos, como na última rodada, quando ela foi eleita a melhor em quadra na vitória por 3 sets a 0 sobre o Rio de Janeiro, no Rio, que deu ao time o recorde de 26 vitórias seguidas.

– A gente não sabia como a Caterina Bosetti e a Sarja se comportariam no Brasil, na Superliga. Principalmente a Caterina, porque era a primeira vez que ela estava jogando fora. Mas elas já se sentem em casa agora e estão nos ajudando muito, jogando muito bem. Deu tudo certo na adaptação – explicou Sheilla.

– Temos excelente jogadoras e todas estão correspondendo. Mas além disso, nós temos um grupo inteiro muito bom. Se todas não estivessem rendendo bem, nós não conseguiríamos ter essa campanha. Precisamos dividir os méritos – acrescentou Camila Brait.

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ESTUDO DAS RIVAIS

O trabalho do estatístico do Osasco, Fábio Simplício, tem sido considerado de extrema importância para a ótima fase do time na Superliga. Assim como acontece em diversas equipes, antes de cada partida, ele passa todos os detalhes do adversário para a comissão técnica e as jogadoras. Os dados são usados para limar virtudes do rival. Mas o que tem chamado a atenção no Osasco é o alto nível de acerto nas indicações que Fábio tem dado, como atestam o elenco e a comissão técnica da equipe. Reflexo imediato disso, por exemplo, são o ótimo aproveitamento da central Thaisa nos bloqueios e o grande acerto nos saques, momento no qual as meninas do Osasco sabem qual a adversária mais vulnerável na recepção.

– O Fábio, que nós chamamos de Magrinho, tem feito um excelente trabalho. Eu dou para ele o meu mérito nos bloqueios. Seria muito difícil eu ter de marcar a rede inteira se ele não me passasse sempre a jogadora que eu devo bloquear. Ele faz isso em todos os setores do time e tem conseguindo acertar na maioria das vezes – disse Thaisa.

Fonte: G1

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