Um grupo de senadores republicanos e democratas entraram em acordo no último Domingo, 27, nos termos básicos de uma reforma imigratória que poderá legalizar os cerca de 11 milhões de imigrantes indocumentados que vivem nos Estados Unidos.
O acordo foi alcançado depois que os republicanos aceitaram os termos dos democratas, que insistiam em promover a reforma em uma única lei na qual, entre outras medidas, concedesse o direito ao imigrantes que já estão no país, a chance de se tornaram cidadãos norte-americanos no futuro.
Os republicanos insistiam que a proposta de lei da reforma de legalizar os imigrantes aconteça após uma clara proposta de reforço das fronteiras esteja pronta para ser implementada.
O que antes era tido como um assunto a evitar pelos políticos, por ser um assunto controverso e divisório entre os eleitores, agora se tornou uma corrida entre os senadores e deputados republicanos contra a Casa Branca para ver quem apresenta primeiro a proposta no Senado.A administração do presidente Barack Obama está trabalhando em um texto que deverá ser apresentado ainda esta semana. Obama falou sobre a reforma durante um discurso em Las Vegas, no qual ele delineou os princípios básicos da lei.
O senador republicano John MacCain falou abertamente da necessidade de aprovar a reforma imigratória durante uma entrevista para a rede de TV NBC. Ele é um dos senadores que está negociando o texto da lei a ser apresentada no senado.
Segundo ele, o partido republicano está perdendo dramaticamente os votos dos hispânicos que ele acredita ser do partido. “Nós não podemos continuar para sempre com 11 milhões de pessoas vivendo neste país nas sombras”, disse.
De acordo com o esboço de cinco páginas, oito senadores incluindo MacCain, O democrata de Nova Iorque, Charles Schumer e o republicano Lindsey Graham, da Carolina do Sul, concordaram em apresentar uma proposta que resolva o problema da imigração ilegal no país em uma única lei ao invés de várias leis menores. A lei, segundo eles, deverá ser dura, justa e prática, que irá eventualmente permitir que os imigrantes indocumentados se naturalizem no futuro.
De acordo com o plano dos senadores, a maioria dos imigrantes indocumentados poderão aplicar para receber o Green Card, o primeiro passo em direção à cidadania, mas somente após certas medidas de segurança da fronteira forem implementadas.
Outra parte da proposta prevê a criação de uma comissão de governadores, autoridades policiais e líderes comunitários de estados fronteiriços que irão dizer quando as medidas de segurança na fronteira forem feitas. O texto também irá propor que um sistema de saída seja implementado para rastrear as saídas dos imigrantes que entraram no país pelos aeroportos ou pelo mar.
Em um esforço paralelo, outro grupo de senadores irá apresentar uma lei ainda esta semana para lidar com outro problema crucial, mas que provavelmente irá fazer parte de uma reforma imigratória ampla: o número de vistos para profissionais altamente qualificados. Nesta proposta, o número de vistos conhecidos como H-1B deverá ser dobrado. Também o número de Green Card deverá ser aumentado.
Os sinais de mudança na atmosfera em Washington quanto à reforma imigratória são claros. Dois grupos de senadores e a Casa Branca estão disputando nos últimos dias quem irá apresentar a proposta primeiro.
O senador democrata Robert Menendez, um dos que estão negociando a proposta da reforma, disse que qualquer lei que seja apresentada deverá permitir que os imigrantes indocumentados se legalizem.
“Primeiro de tudo, os americanos apoiam em todas as pesquisas de opinião. Segundo os eleitores latinos esperam que aconteça. Terceiro os democratas querem e por último os republicanos precisam”, disse Menendez.