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Novo teste do ensino médio nos EUA pode ajudar brasileiros

Um dos modelos mais famosos e copiados de provas em larga escala de avaliação do ensino médio, o SAT (Scholastic Assessment Test, em inglês, ou Teste de Avaliação Escolar) – exame americano usado como parte da seleção das principais universidades dos EUA – anunciou mudanças para 2016.

As alterações foram divulgadas depois que, pela primeira vez, o exame foi ultrapassado em número de candidatos pelo seu principal concorrente, o ACT (em inglês, American College Testing). No ano passado, 1,8 milhão de estudantes fizeram o ACT e 1,7 milhão, o SAT.

A avaliação quer se aproximar da grade curricular do ensino médio americano, com o fim à punição por “chutes” errados, eliminação de palavras difíceis do vocabulário e tornando opcional a redação. Quem não produzir o texto não se prejudicará, pois a nota da redação ficará separada e não será somada às de leitura e matemática.

As mudanças podem ajudar os brasileiros que desejam prestar o exame, segundo especialistas. A coordenadora do programa de preparação da Fundação Estudar, Laila Parada-Worby, diz que gabaritar no SAT não garante uma vaga nas universidades, mas explica que o exame é um dos itens utilizados nas admissões das instituições mais importantes dos EUA. “De alguma forma o aluno brasileiro vai ser beneficiado. A questão do vocabulário mais simples, por exemplo, fará com que muitas coisas tenham mais sentido.”

Ao mesmo tempo, os estudantes vão ter de estudar mais conteúdos específicos, explica Laila, como os marcos da história dos EUA, que deverão cair com mais frequência.

Para os brasileiros que conseguiram passar em universidades dos EUA, as mudanças eram necessárias e esperadas pelos alunos de lá. “O vocabulário é realmente complicado. Escrevi à mão listas e listas de palavras para tentar fixá-las”, diz Renan Ferreirinha Carneiro, de 20 anos, que está no 1.º ano da Universidade Harvard.

Currículo. Apesar de ter proporções nacionais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Brasil, o SAT tem características muito diferentes da prova brasileira. O exame americano está se pautando no currículo escolar dos EUA – que foi reformado há três anos –, garantindo que todos os alunos saiam do ensino médio aptos a fazer a prova e reduzindo desigualdades entre quem pode pagar cursinhos e quem não pode.

Já no Brasil, o próprio Enem, como o maior vestibular do País, acaba determinando conteúdos que devem ser ensinados no ensino médio. “O problema é que não temos um currículo nacional. Se tivéssemos uma boa reforma na educação, o teste acompanharia essa mudança e seria apenas um componente, não ia dizer o que deve ser ensinado”, afirma Tufi Machado, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora.

A secretária interina de educação básica do Ministério da Educação (MEC), Yvelise Freitas de Souza, diz que o currículo nacional está sendo “construído e em processo evolutivo”. “O Enem reflete um processo de tentativa de formação do ensino médio, não exatamente o currículo.”

FONTE: http://estadao.br.msn.com

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