LOS ANGELES, CA (BDCi NEWS) – Nos Estados Unidos, em fevereiro é comemorado o Mês da História Negra – Black History Month. A comemoração ocorre todos os anos e é um período em que o foco das escolas e da mídia são as produções de pessoas afro-americanas. O intuito é não esquecer da história diáspora africana para o país.
Carter G. Woodson foi o responsável por plantar a semente do mês, que hoje é tão importante para os norte-americanos. Em 1926, o estudioso anunciou que toda segunda semana de fevereiro seria comemorado a Semana da História Negra. Essa data foi escolhida para abranger tanto o aniversário de Abraham Lincoln, quanto de Frederick Douglass – 12 de fevereiro e 14 de fevereiro, respectivamente. Até hoje não se sabe exatamente como surgiu essa ideia, mas entende-se que a intenção era dar mais voz, reconhecimento e importância ao seu povo.
Inicialmente, o foco da semana seria as escolas. De acordo com Woodson, era importante que os colégios pudessem ensinar a seus alunos a história dos afro-americanos. Apesar de a primeira semana não ter tido uma relevância univesal, o historiador ficou feliz com o apoio dos Departamentos de Educação dos estados da Carolina do Norte, Delaware e West Virginia, bem como das administrações escolares da cidade de Baltimore e Washington, D.C.
“Se uma raça não tem história, não tem tradição válida, torna-se um fator desprezível no pensamento do mundo e corre o risco de ser exterminada. O índio americano não deixou registro contínuo. Ele não apreciava o valor da tradição; e onde ele está hoje? O hebreu apreciava profundamente o valor da tradição, como é atestado pela própria Bíblia. Apesar da perseguição mundial, portanto, ele é um grande fator em nossa civilização.” Afirmou Woodson.
Em 1929, eles notaram que, naquele ano, a maior parte dos estados divulgaram a Semana da História Negra. As igrejas, as escolas e a imprensa também foram um fator importante para essa disseminação. Nos anos seguintes, a Semana da História Negra cresceu exponencialmente até tornar-se feriado no país.
Mas foi apensas em 1969 que o Mês da História Negra foi proposto. A primeira comemoração ocorreu na Universidade de Kent, entre os dias 2 a 28 de fevereiro de 1970. Seis anos depois, o mês passou a ser celebrado em todo o país em instituições de ensino, centros de cultura negra e centros comunitários, grandes e pequenos, quando o presidente Gerald Ford reconheceu o Mês da História Negra, durante a comemoração do Bicentenário dos Estados Unidos.
Em fevereiro de 2016, Virginia McLaurin, ativista centenária de Washington D.C. visitou a Casa Branca como parte de sua participação no Black History Month. Quando perguntada pelo presidente da época o porque estava lá, respondeu: “Um presidente negro. Uma esposa negra. E estou aqui para celebrar a história negra. É para isso que estou aqui.”
A população negra, como um todo, ficou feliz com a conquista. Entretanto, há quem discorde, como é o caso do ator e diretor Morgan Freeman: “Não quero um mês da história negra. A história negra é história americana”, rebateu.
Apesar das críticas, o Black History Month continua a crescer. No Instagram, por exemplo, desde 2018 são criados incentivos para a causa, como hashtags, parcerias, entre outras.
Outras companhias, como a Coca-Cola, Google e Target, também comemoram o mês.
A história afro-americana não é marcada apenas por Dr. Martin Luther King Jr., Rosa Parks, Maya Angelou, James Baldwin e Muhammad Ali. Também vale a pena se lembrar sempre de Shirley Chisholm, Bayard Rustin, Claudette Colvin, Annie Lee Cooper, Dorothy Height, Jesse Owens, Bessie Coleman, Robert Sengstacke Abbott, Ethel Waters, Gordon Parks, Jane Bolin, Maria P. Williams, Ruby Bridges, Mae Jemison, entre outros que fizeram história não só nos Estados Unidos, mas no mundo.