WASHINGTON (BDCi) — Em oito anos, o planeta Terra perdeu o equivalente a 4.100 km³ de gelo provenientes das geleiras da Groelândia e da Antártida, devido ao derretimento. Esses dados estão na pesquisa publicada nesta quinta-feira (9) na edição online da revista “Science”. A quantidade de gelo derretido equivale a 1,2 centímetro de elevação nos mares.
Na prática, essa massa derretida é suficiente para encobrir completamente os Estados Unidos em 1,5 metro de água. O volume corresponde a 82 mil vezes a quantidade de água existente no Lago Paranoá, em Brasilia, que tem 0,05 km³.
De acordo com o estudo realizado pela Universidade Columbia, com dados disponibilizados pelo programa Grace (satélites de observação da Terra operados em parceria da Nasa com a Alemanha), de janeiro de 2003 a dezembro de 2010 foram derretidas anualmente 150 bilhões de toneladas de gel, sem incluir Groelândia e Antártida. Somente nestas duas regiões, a perda anual de gelo equivale a 385 bilhões de toneladas/ano.
“A Terra está perdendo uma incrível quantidade de gelo para os oceanos anualmente e esses novos resultados nos ajudarão a entender questões importantes sobre a elevação do mar e respostas das regiões frias do planeta às mudanças climáticas globais”, disse John Wahr, pesquisador da Universidade Columbia.
Os cientistas participantes da pesquisa concordam que as atividades humanas, como o envio de grandes quantidades de gases de efeito estufa à atmosfera, estão aquecendo o planeta, fenômeno que ocorre de forma mais acentuada nas áreas frias.
Porém, um dado inesperado aponta que, apesar da quantidade surpreendente de gelo derretido, o número é inferior ao apontado em estudos anteriores.
Os satélites do Grace constataram, por exemplo, que o degelo nas altas montanhas da Ásia, como o Himalaia, foi inferior à previsão de 50 bilhões de toneladas de massa de gelo por ano (o número constatado é de quatro bilhões de toneladas ao ano).
Os cientistas querem agora encontrar um padrão para entender melhor o processo de aumento do nível do mar. “Uma grande questão é entender como a ascensão dos oceanos vai ser modificada neste século”, disse Tad Pfeffer, também participante da pesquisa.
Por: Josi Chevalier
Editado por: Mariana Knabben
Fonte: Globo Natureza/G1
Fotos: Steve Morgan/ Sarah Ivey
10 de Fevereiro de 2012
11:05 a.m. PST