Primeiro, foi a Holanda, que atropelou a Espanha. Depois, a Alemanha, que passou por cima de Portugal. Nesta sexta-feira, foi a vez da França ter um dia abençoado naquela que é conhecida como a terra de todos os santos – e que na Copa virou sinônimo de goleadas. Com jogo coletivo envolvente e um bombardeio de finalizações, os Bleus botaram a Suíça na roda e deram um baile no gramado da Arena Fonte Nova. Ainda no primeiro tempo, abriram 3 a 0, o que lhes daria a liderança absoluta do Grupo E. No fim, com 5 a 2 no placar e seis pontos na classificação, os comandados de Didier Deschamps deram um passo enorme rumo às oitavas de final. Caso Honduras vença ou empate com o Equador, em jogo marcado para as 19h (de Brasília), a vaga estará garantida.
Os gols em Salvador foram marcados por Giroud, Matuidi e Valbuena, no primeiro tempo, e por Benzema e Sissoko, no segundo. Dzemaili e Xhaka descontaram, já perto do fim. O placar só não foi mais elástico porque o goleiro Benaglio fez uma série de grandes defesas durante todo o jogo, incluindo um pênalti cobrado por Benzema na etapa inicial, e contou com a ajuda do travessão em chute de Cabaye. Ainda, nos acréscimos, Benzema chegou a fazer o sexto gol, mas o árbitro havia encerrado o jogo segundos antes.
As duas seleções voltam a campo na próxima quarta-feira, às 17h (horário de Brasília). No Maracanã, a França enfrenta o Equador. A Suíça, por sua vez, encara Honduras, na Arena da Amazônia.
França não deixa Suíça respirar
Mesmo com vitórias na rodada de abertura, os técnicos de Suíça e França mostraram que também se mexe em time que está ganhando. Em relação à equipe que bateu Honduras, Didier Deschamps colocou Sissoko e Giroud nas vagas e Pogba e Griezmann, respectivamente. Do lado suíço, Ottmar Hitzfeld reconheceu os méritos de Mehmedi e Seferovic, que marcaram os gols da virada sobre o Equador, e os escalou nos lugares de Stocker e Drmic, respectivamente.
Com a bola rolando, as duas equipes iniciaram uma batalha no meio-campo. Ambas marcavam a saída de bola adversária com muita pressão, e uma roubada de bola sucedia a outra. Se os suíços imprimiam maior velocidade, os franceses chegaram primeiro com perigo em chute colocado de Benzema – posicionado do lado esquerdo do ataque, o camisa 10 apareceu sem marcação para arriscar de fora da área.
Logo depois, a Suíça sofreu uma baixa importante na defesa. Com pé alto, Giroud feriu Von Bergen perto do olho. Com um sangramento muito intenso e dores na região, o zagueiro precisou ser substituído por Philippe Senderos. Curiosamente, seis minutos depois Giroud deu novo prejuízo aos rivais. Desta vez, no placar. Em cobrança de escanteio, o atacante subiu mais que Varani e abriu o marcador na Fonte Nova: 1 a 0.
A Suíça nem teve tempo de lamentar, e o grito da torcida francesa mal se conteve nas gargantas. Em saída errada de Behrami, Benzema partiu em velocidade e serviu Matuidi, que tocou com jeito na saída de Benaglio. Aos 18 minutos, os Bleus alcançaram 2 a 0 no placar com domínio absoluto do meio-campo.
Os suíços, atordoados, se viram envolvidos pelo toque de bola rival e demoraram a se reencontrar na partida. Quando puseram a cabeça no lugar, voltaram a levar perigo. Xhaka aproveitou sobra de Inler e marcou, mas o bandeirinha assinalou o impedimento. Na sequência, Mehmedi desceu em velocidade e chutou de longe. Shaqiri pegou a sobra e bateu cruzado, mas Lloris, com a ponta dos dedos, evitou o gol – a arbitragem não viu o leve desvio e assinalou tiro de meta.
Com a bola nos pés, Benzema levantou a torcida. Primeiro, chutou fraco para defesa de Benaglio. Depois, pedalou até a linha de fundo, levou um totó de Djourou e caiu no chão. Os protestos do suíço foram em vão, e o árbitro Djorn Kuipers assinalou pênalti. Benzema escolheu seu canto esquerdo e parou nas mãos de Benaglio. Na sobra, Cabaye mandou uma bomba no travessão e perdeu chance clara, com o gol aberto.
A Suíça até voltou a ameaçar a meta de Lloris, mas não teve competência para finalizar. A França, por outro lado, seguiu fatal. Em contra-ataque muito veloz, Varani lançou na medida para Giroud, que tocou para Matuidi escorar para as redes: 3 a 0 no marcador e gritos de olé nas arquibancadas. Logo depois, Valbuena quase marcou seu segundo na partida. O belo toque de primeira, porém, foi defendido por Benaglio no reflexo. O goleiro suíço, mesmo vazado três vezes, evitou uma tragédia ainda maior para sua seleção no primeiro tempo.
Suíços só acordam no fim
A Suíça voltou do vestiário com uma postura muito mais agressiva em campo. Mas mesmo com mais posse de bola, seguia pecando no momento da finalização. Com uma série de chutes de fora da área, arrancou suspiros da torcida, mas pouco exigiu de Lloris. Do outro lado do campo, Benaglio seguiu se desdobrando. Quando roubava a bola, a França partia a toda velocidade e, com buracos na defesa rival, chegava com bem mais perigo.
Quando Deschamps trocou Giroud por Pogba, o camisa 9 deixou o campo ovacionado pelo público. E a França mudou seu posicionamento no ataque, com Benzema virando o homem de referência no centro. Logo depois, a Suíça desperdiçou sua melhor chance até então. Mehmedi recebeu livre na pequena área, mas foi bloqueado. Benzema, minutos depois, ensinou ao rival como se faz. Após receber um lançamento de trivela de Pogba, o camisa 10 deixou sua marca na Fonte Nova e consolidou a goleada: 4 a 0.
Dali em diante, os suíços pareceram se conformar e diminuiram o ritmo. A cada chance que eles perdiam, a França se agigantava. Em jogada bem trabalhada, Benzema bancou o garçom para Sissoko. Em velocidade, o volante surgiu livre pelo lado direito da área e tocou de primeira para marcar o quinto dos Bleus. A torcida gastou a voz que restava para gritar olé, enquanto os suíços pareciam meninos em uma roda de bobinho.
Benaglio destoava e seguia evitando uma humilhação maior. Em um único lance, fez três grandes defesas. Dzemaili, que entrou no lugar de Behrami na segunda etapa, finalmente baçançou as redes para a Suíça. Em cobrança de falta, bateu rasteiro no canto direito de Lloris. A desvantagem era tamanha que ele nem comemorou. Mesmo assim, o time pareceu se contagiar. Shaqiri arriscou de longe para defesa do goleiro francês, e Xhaka finalmente teve sucesso. Lançado por Inler, o camisa 10 bateu de primeira e fechou o placar na Fonte Nova: 5 a 2. Mas era tarde para tentar algo mais.
Fonte: G1