A capacidade de transformação no ambiente organizacional é quase obrigatória por uma questão de sobrevivência e desenvolvimento.
Se nos dedicarmos a analisar o comportamento diário e calcularmos o tempo que levamos produzindo realmente resultados, podemos nos assustar.
Empresas em que a gestão é conflituosa, o tempo desperdiçado em tarefas repetidas e discussões que não chegam a um objetivo implementável representa 80% das atividades produtivas.
No conceito acadêmico, a Gestão de conflitos é a parte da gestão de uma organização especializada na administração dos conflitos entre indivíduos, entre indívíduos e grupos internos à organização, entre grupos pertencentes à organização ou conflitos da organização com outras organizações, através da utilização de técnicas, práticas e processos.
Sabemos claramente que, onde existe pessoas com metas e desafios, existe conflito. Isso é normal e faz parte da rotina organizacional.
O que torna a Gestão de conflitos mais atenuada nas organizações é a indefinição clara dos objetivos a serem alcançados e o uso disciplinar de processos e práticas organizacionais.
A maioria dos executivos que lideram grandes equipes gostam de criar suas prórpias regras e procedimentos internos.
Seguir um padrão e um modelo de gestão de processos não é uma tarefa fácil dentro das arenas organizacionais.
Os executivos ao criarem suas próprias regras, inciam um processo muito semelhante a organização das milicias, que na maioria das situações atua na defesa de interesses particulares, com objetivos políticos, individuais e estratégicos. Este tipo de modelo organizacional faz brotar imediatamente alguns perfis bem típicos e conhecidos.
Predominam os grandes estrategistas , perfis arrogantes, jogadores com a capacidade racional elevada.
Com isso o direcionamento estratégico adotado passa a ser canibal, é óbvio o resultado é muito sangue derramado dos soldados.
Neste tipo de gestão brotam imediatamente grupos guerrilheiros para enfrentar batalhas diárias, ou um combate a cada instante.
Nada tão diferente do que é feito no marketing de guerrilha, que usa táticas onde o mais fraco busca meios e ações inusitados a fim de alcançar o resultado almejado.
Tudo bem que estas táticas são usadas no mercado onde competem diversos jogadores. Agora, viver 8 horas por dia em um ambiente de pólvoras, como se estivéssemos em uma batalha diária, é no mínimo e exaustivo e com efeitos colaterais imediatos: O estresse, o maior causador da doença do século XXI.Uma matéria no site da revista PSIQUE apresenta um relato sobre este tema:
“Um levantamento realizado pela Associação Internacional do Controle do Estresse, ISMA (International Stress Management Association), revelou que o Brasil é o segundo país do mundo com níveis de estresse altíssimos. Pelo menos três em cada sete trabalhadores sofrem a síndrome de Burnout e não sabem (é distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, definido por Herbert J. Freudenberger como “(…) um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional.
Ai vem o dilema!!!, o trabalho que enobrece o homem é o meio ou o seu fim? O quanto vale horas de desgastes, noites mal dormidas, úlceras e antiácidos, status, ego e altos salários?
O quanto vale o aniversário do filho perdido, as férias com a família com o celular funcionado o tempo inteiro, não ter jantado com a esposa no último ano pelo menos uma vez, não ter visitado os pais, não ver o filho crescer e perder os melhores momentos de sua infância?
Tudo isso é uma escolha. Nossa Escolha!!!
Precisamos trabalhar? É óbvio que sim, precisamos nos desafiar, precisamos nos reinventar. Criar, desenvolver e produzir faz bem a todos nós. Um estresse normal, uma ansiedade faz nossos neurônios produzirem mais adrenalina, mais dopamina, mas estímulo que é positivo para nosso corpo.
Agora tornar o trabalho um hábito não saudável, que nos transforma em guerrilheiros para batalhas sem fim, me leva a uma visão muito semelhante aos homens bomba que se destroem sem perceber, e se acham heróis.
Eu não quero ser uma heroína ou ter sempre razão. E você já pensou no que realmente quer? A carreira dominando sua vida, a razão sempre?
Eu não quero ter razão, eu optei por ser feliz!