Thousand Oaks, CA (BDCi) — Considerado um esporte de elite por muitas pessoas, são poucos os atletas que surgem de uma origem mais simples, ou até mesmo de países da América Latina. A história do jogador Carlos Franco é sem dúvida uma inspiração para jovens atletas que buscam entrar no mundo do golfe.
Um paraguaio com coração brasileiro
Sherwood Country Club – PGA Tour Champions
Conversamos com Carlos durante o intervalo dos treinos para o PGA Tour Championship , um dos torneios mais importantes do esporte, que acontece aqui na Califórnia. Com um ar leve e descontraído ele disse ter o Brasil guardado no lado esquerdo do peito.
Com um portunhol afinadíssimo, falamos sobre o início de sua carreira e como foi superar as dificuldades para ser tornar um dos nomes de destaque do esporte na América Latina. De origem bastante simples, o interesse pelo golfe surgiu ainda quando criança. Seu pai trabalhava no único campo de golfe em Assunção no Paraguai, e naquela época eram somente três buracos, e ali juntamente com seus irmãos nasceu a paixão e o desejo de se tornar um jogador.
“Eu vi no esporte a oportunidade de viajar, de conhecer outros países. Eu cresci sem dinheiro, não terminei a escola. Eu me dediquei totalmente ao golfe. A minha vida inteira foi sempre voltada para melhorar cada vez mais o meu jogo.” Disse Franco.
Ele lembra com carinho que sua primeira oportunidade de viajar através do esporte foi para o Rio de Janeiro onde disputou um torneio ainda como amador. Aos 21 anos, veio a profissionalização e oportunidades de conhecer o mundo. Do Paraguai, ele foi para as Filipinas, Japão e Estados Unidos.
Seu curriculum profissional é invejável. Franco ganhou 20 torneios na América Latina e a vitória que ele guarda no coração foi a vitória no Philippine Open em 1994 pelo tour asiático.
Ele foi o primeiro estreante a superar US $ 1 milhão em ganhos em uma temporada, com isso ganhou o título de novato do ano pela PGA Tour . Franco venceu quatro vezes no PGA Tour, foi destaque e ficou entre os top 20 no ranking oficial do World Golf. Depois de passar por turbulências para permanecer na PGA Tour, ele também participou na Web.com Tour e PGA Tour Latino América. Logo após completar 50 anos, o jogador se juntou ao Champions Tour.
As lições de vida dadas pelo golfe
Não é a primeira vez que eu escuto um jogador repetir quase a mesma coisa: “Golfe é muito mais que esporte, é um exemplo de vida”. O esporte requer muita disciplina, concentração e dedicação. Franco vê uma correlação muito grande entre a maneira que a vida e o golfe se relacionam. “É um esporte que te dá muito, e a cobrança que vem com ele também é muito grande. Tem dias de alegrias, e tem dias de lágrimas e tristezas”. Adicionou o paraguaio.
A iniciativa do PowerShares QQQ Championship juntamente com o Sherwood Foundation de “Give Back”, de ajudar os jovens em comunidades de risco é super importante e tem meu total apoio. Precisamos deste apoio na América Latina para desenvolver nos jovens o interesse pelo esporte. Precisamos quebrar o tabu de que é um esporte somente para elite. Os clubes precisam apoiar e dar oportunidades às crianças da periferia de conhecer o golfe.
“No golfe você nunca é um expert, sempre tem espaço para aprender mais uma lição.”
Carlos é atualmente é o número 31 no ranking e após esse torneio precisa esta entre os 56 melhores do ano para acessar o concurso seguinte, e também estar entre os 36 melhores para jogar a competição final da turnê após esse torneio. Da Califórnia ele segue para Virginia e Arizona pela PGA Tour Playoffs.