É possível que uma dor nas costas comum tenha raízes que afundam em nossa psique antes mesmo de nosso corpo? Bem, sim, aparentemente, as costas representariam o espelho da nossa relação com a vida com todas as suas implicações neurológicas e emocionais.
De fato, a psiconeuroimunologia há muito mostra que a mente e o corpo influenciam um ao outro.
Isso significa que a dor nas costas nem sempre é atribuível a patologias específicas de ossos, músculos ou articulações. Muitas vezes as causas são de origem psicossomática.
Na coluna descarregamos pesos materiais, mas também emocionais
O problema pode surgir do esforço físico real. como por exemplo : Você vai levantar uma caixa pesada ou mover um móvel para dentro de casa e vai sentir uma pontada nas costas, uma pontada por causa de um estiramento.
Algumas dessas doenças são rigidez lombar, dor nas costas, tensão muscular, dor de cabeça e até problemas digestivos.
Mas o desconforto também pode surgir como resultado de uma emoção negativa reprimida
“Não há melhor expressão de uma alma ferida do que o seu corpo” Aldo Carotenuto.
Assumimos muitas responsabilidades e compromissos, até lá é o órgão que diz “basta”!
Não é por acaso que na linguagem cotidiana se diz que carrega um fardo, uma metáfora que evoca a imagem de uma pessoa curvada sob um peso.
O bloqueio clássico ou dor nas costas muitas vezes vem de repente, sem nos dar nenhum sinal de alerta, obriga-nos a passar por vezes longos períodos na cama e sem poder realizar todas as tarefas diárias apenas para nos dizer que devemos “parar por um momento “.
Dor nas costas e desconforto relacionado
Na linguagem psicossomática, os ossos representam o que há de mais profundo em nós, do qual são a arquitetura. Eles são o que e em torno dos quais nossa relação com a vida é construída e fundada.
Se estamos profundamente perturbados, tocados, perturbados nas crenças fundamentais e profundas sobre nossa experiência, nossa estrutura óssea a expressa com sofrimento ou aborrecimento.
ATENÇÃO: antes de afirmar que as complicações que afetam a coluna vertebral têm valor psicossomático, é necessário excluir todas as possíveis causas orgânicas com uma visita direta, quaisquer exames médicos além de outros exames instrumentais.
Ombros curvados: depressão
As contraturas repentinas que afetam a região lombar são geradas por um enrijecimento (ao contrair, segurar/rejeitar alguma coisa) que o impede de suportar um peso que o obriga a dobrar e abaixar, em todos os sentidos.
Os músculos ficam tensos, a dor se rompe e o corpo insere o ‘código vermelho’: estamos em um momento da vida que não podemos mais tolerar, algo pesa sobre nós, nos esmagando, nos deixando desamparados… problemas foram jogados nos ombros, carregando o mundo nas costas.
Rigidez lombar: esfera sexual insatisfatória
A parte inferior das costas, as vértebras lombares estão conectadas à pélvis, a área do corpo dos instintos e impulsos sexuais. Muitas vezes, a perda de mobilidade e a dor na região lombar podem ser atribuídas a bloqueios sexuais ou rigidez moral excessiva que leva à rejeição de desejos e impulsos.
Bacia bloqueada: muito controle
Se sentirmos fortes dores na pelve com dificuldade para se mover devido às dores que tornam os movimentos rígidos, é possível que não consigamos viver plenamente nossos sentimentos.
Provavelmente estamos em uma das seguintes situações:
- não nos aceitamos completamente,
- tememos o julgamento dos outros,
- nos sentimos deslocados,
- não conseguimos expressar nossas opiniões.
Pescoço rígido: brigas
O torcicolo é devido a uma tensão muscular, uma contratura. Mas um olhar psicossomático pode revelar outros aspectos interessantes a saber, nomeadamente que o torcicolo pode ser lido como um aviso, de algo que não queremos enfrentar diretamente, que não nos apetece encontrar de cabeça erguida.
Retrair o pescoço é um ato de se fechar, como o caracol.
Para se proteger, para não ver, para não enfrentar a situação, para não ter que falar ou explicar. Como se não quiséssemos olhar diretamente para o que está acontecendo, como se estivéssemos desviando o olhar, como se tivéssemos vergonha de encontrar o olhar de alguém, como se quiséssemos evitar uma situação.
Dores agudas repentinas: inesperadas
Uma pontada, uma dor aguda, talvez as palavras que vêm à sua mente sejam “perfurado” ou “facada”. Vamos enfrentá-lo localmente, talvez tenha havido um evento inesperado, não necessariamente negativo. Nossa capacidade de adaptação foi testada, e quanto menor for, mais intensa será a dor.
Dor nas costas: preocupações
A parte de trás é o outro lado do peito, a sede do coração e dos pulmões, a área onde o ar vital da respiração encontra nossas emoções. Uma dor nas costas ou uma dor no meio das costas também pode nos dizer sobre nossa dificuldade em aceitar questionar algo, principalmente no âmbito familiar e profissional (relocação, separação, etc.).
Achamos difícil mudar de posição; as vértebras lombares representam de fato os principais pontos de apoio, embora não os únicos, de nossa mobilidade relacional, pois regem as pernas.
Ou seja nos tornamos rígidos e travados dependendo da situação emocional
Fraqueza muscular: insegurança
Uma fraqueza na parte inferior das costas muitas vezes revela uma fraqueza na vida: oposição, não aceitação de uma situação, sensação de que a vida está saindo do controle, dificuldade em tomar decisões ou instabilidade duradoura, a ponto de a estrutura óssea ficar minado em seus fundamentos.
O caso clínico para exemplificar a lombalgia psicossomática
Para analisar o tema de forma mais abrangente, vou me referir a uma paciente hipotética que chamarei aqui de Sara. A história de Sara nos faz entender como a incapacidade de aceitar e reagir a um desconforto emocional pode implodir em seu corpo a ponto de canalizar um grave distúrbio que afeta a coluna.
Sara, todas as manhãs acorda com fortes dores nas costas, durante o dia é difícil realizar as suas tarefas de forma funcional. Muitas vezes ela tem problemas gastrointestinais ou fica com as costas travadas a ponto de invalidar dias inteiros sem poder trabalhar.
Mas suas doenças não param por aí, muitas vezes torcicolo, fadiga, dores musculares são seus companheiros na vida.
Para entender melhor o seu quadro clínico, faço várias perguntas, como:
“Sara, quando as dores nas costas pioram?”
Sara responde: “Não sei, sempre tenho dores musculares, muitas vezes fico preso nas costas, você acha que muitas vezes evito sair com os amigos para evitar más impressões”.
Então eu pergunto a ela: “Então você nunca sai?”
Sara responde novamente: “Bem, às vezes eu me deixo convencer pelos meus amigos e saio”
Eu pergunto a ela: “E quando você está com amigos como você se sente?”
Sara responde: “Estranho, quando estou com eles não acuso nenhum tipo de desconforto”
Nesse ponto é legítimo perguntar: por que quando Sara está com amigos ela nunca tem dor nas costas, mas quando ela está em casa ou no trabalho… .. ela sofre tanto com isso?
Bem-vindo ao mundo da dor nas costas psicossomática
O inconsciente de Sara se comunica com ela dessa maneira, mesmo (e sobretudo) quando ela não quer ouvi-lo. Porque Sara faz de tudo para não ouvi-lo: aceita passivamente as discussões dos pais, do marido, deixa-se influenciar pela opinião alheia, deixa-se comandar… enfim, é viver à mercê dos outros, e consequentemente um estresse contínuo!
Uma dose de estresse é saudável e necessária para poder reagir adequadamente à vida, mas como em todas as situações de excesso, pode criar uma sobrecarga prejudicial.
Se vivemos em condições de ansiedade prolongada (esse tipo de sensação de fadiga extrema, de incapacidade de reagir, de cansaço mesmo quando não fizemos quase nada, de desconforto generalizado que nunca nos deixa), nosso corpo terá que usar energia para doses maciças. Isso pode nos colocar em maior risco de desenvolver distúrbios musculoesqueléticos!
Como se recuperar de um transtorno psicossomático?
Do ponto de vista terapêutico, certamente para garantir que o corpo não assuma mais a responsabilidade pata ter mais pressão que não tem a ver com o organismo, mas com a mente, é necessário dar um forte sinal de mudança à nossa vida . . Mas uma coisa é dizer o que mudar, outra é entender como fazer!
Certamente não é fácil, para quem vive uma rotina e uma atitude de vida a que está acostumado, mudar de um momento para o outro, mas infelizmente quando se toca o fundo e começa a temer as consequências para a saúde, se está disposto a fazer qualquer coisa.
É necessário nos perguntarmos de forma honesta e profunda sobre quais são as possíveis situações em nossa vida que de alguma forma nos incomodam, nos fazem sofrer, nos fazem sentir mal a ponto de tentar, por meio da doença, evitá-las. Não espere que a dor nas costas psicogênica se transforme em algo mais sério e comece a se perguntar como sua postura está mudando (piorando).
Minha sugestão sempre procurar ajuda profissional, seja terapeuta, psicólogo, alguém que te ajude a aliviar esses traumas.