HONDURAS (BDCi) — A liberação dos corpos das 359 vítimas do incêndio desta semana na Penitenciária Nacional de Comayagua, prosseguiu em ritmo lento nesta sexta-feira (17). Defensores dos direitos humanos apontam a tragédia como um dos piores incêndios ocorridos dentro de uma prisão na América Latina.
Legistas hondurenhos, do Chile, México e El Salvador Salvador trabalham no pequeno necrotério da capital, Tegucigalpa. Por enquanto foram liberados 12 dos 16 cadáveres identificados. Em Comayagua, especialistas americanos investigam as causas do incêndio. As hipóteses incluem um possível curto-circuito ou que um preso tenha ateado fogo a um colchão.
Centenas de familiares, foram transferidos para um acampamento a quatro quilômetros do necrotério, que está cercado por barreiras metálicas. “Estou desesperada porque aqui não nos dão informação, apenas dizem para esperar”, disse Damari Cáceres que perdeu dois irmãos no incêndio.
Muitos sobreviventes disseram que os guardas ignoraram os apelos dos presos para serem soltos das celas em chamas e que atiraram em alguns que iam conseguindo escapar. Os policiais alegam que demoraram meia hora para abrir celas e portões temendo uma fuga em massa, comentou Melvin Duarte, porta-voz do Ministério Público
A penitenciária de Comayagua, com capacidade para 400 presos, abrigava mais de 800, situação que se repete em outras prisões hondurenhas. Por isso se intensificam as críticas pela grave superlotação do sistema penitenciário. A Organização das Nações Unidas já pediu uma investigação independente sobre o incêndio, alegando haver na América Latina uma onda de violência carcerária provocada pelas más condições e pela superlotação.
Por: Josi Chevalier
Fonte: Reuters/MSN News Foto: elheraldo.hn/Lagaceta 17 de Fevereiro de 2012
10:15 p.m. PST