Em um país imenso como o Brasil, enquanto alguns estados sofrem com os alagamentos no sudeste, outros sofrem com a falta d’água no Sul.
Chove desde dezembro sem parar em várias regiões do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de Minas Gerais. Em Belo Horizonte, já choveu neste começo de ano o equivalente a 90% do volume de chuva previsto para todo o mês de janeiro. É muita água concentrada em tão pouco tempo. Rios transbordaram e atingiram cidades em todas as regiões do estado.
A chuva que sobra no Sudeste faz muita falta no sul do Brasil. Em algumas regiões do Rio Grande do Sul não chove forte há dois meses. Segundo a Defesa Civil, mais de 450 mil pessoas estão sendo afetadas pela seca no estado. Já são 107 municípios gaúchos já decretarem situação de emergência.
Nos três estados do Sudeste atingidos pelas enchentes, há 127 cidades em situação de emergência, 120 só em Minas Gerais. O problema é que o solo está encharcado e provoca deslizamentos, deixando muitos imóveis em risco de desabamento.
Na cidade histórica de Ouro Preto, por exemplo, há 170 deslizamentos de encostas, onde foram registradas 170 ocorrências. Enquanto os rios e açudes transbordam em Minas Gerais, no Sul eles estão virando terra seca.
Peixes estão morrendo com a falta de oxigênio assim como o gado que não consegue beber a pouca água barrenta que ainda sobra. As cidades de Novo Hamburgo e São Leopoldo na região metropolitana de Porto Alegre já enfrentam racionamento. O Rio dos Sinos, que abastece 2 milhões de pessoas está 1,5 metro abaixo do nível normal. Em várias propriedades rurais dos três estados do sul, a água só chega através de caminhões pipa para matar a sede das famílias e também dos animais.
No Sudeste, o número de desabrigados e desalojados pelas chuvas chega a quase 48 mil. Cerca de 30 pessoas morreram. As famílias contam com a solidariedade para recomeçar. Campanhas arrecadam medicamentos, alimentos, roupas, fraldas.
Na área rural, a chuva também causa estragos. O setor leiteiro é um dos mais atingidos. Só em Minas, 540 mil litros por dia não chegam até as indústrias. E acabam estragando nas fazendas. As secretarias de agricultura do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná calculam prejuízo no campo em 4 bilhões de reais.
E a Conab prevê uma redução de até 14% na safra de soja por conta da estiagem na Região Sul. Há quebra também nas plantações de milho, feijão, arroz e fumo.
Fonte: R7 Foto: google 13 de dezembro de 2012
12:01 a.m. PST