LOS ANGELES, CA (BDCi News) — Nas redes sociais, o celibato voluntário ou intencional se tornou uma tendência – a hashtag #celibacy teve mais de 195 milhões de visualizações com aqueles que o praticam alegando que melhorou seu foco, saúde mental e energia. Em janeiro, foi relatado que houve um aumento de 90% nas pesquisas do Google sobre celibato naquele mês.
“Isso coincide com uma tendência de longo prazo entre as pessoas hoje, em geral, fazendo menos sexo com menos parceiros”, diz o Dr. Justin Lehmiller, pesquisador do Kinsey Institute e apresentador do podcast Sex and Psychology .. “Os humanos estão cada vez menos ativos sexualmente, com alguns abandonando completamente o sexo.” Estudos após estudos sobre comportamento sexual, em diferentes países, mostram isso.
A última Pesquisa Nacional de Atitudes Sexuais e Estilos de Vida (Natsal) na Grã-Bretanha descobriu que 16% dos homens e 22% das mulheres de 16 a 74 anos eram sexualmente inativos e, para a maioria deles, isso não era um problema. Enquanto os autores observaram os benefícios documentados de bem-estar de uma vida sexual satisfatória, daqueles que já tiveram experiência sexual, a maioria não estava insatisfeita com sua situação (cerca de um terço dos homens e um quarto das mulheres relataram que estavam insatisfeitos, embora a idade teve um efeito, com os mais jovens mais insatisfeitos do que os mais velhos).
Os dados do Natsal têm mais de 10 anos, e seus autores observaram em um artigo de 2019 sobre os sexualmente inativos quão pouco se sabe sobre eles.
A Pesquisa Nacional de Saúde e Comportamento Sexual nos EUA constatou que entre 2009 e 2018 houve um aumento de adolescentes relatando nenhuma atividade sexual (parceiros e sozinhos), de 28,8% para 44,2% dos homens jovens e de 49,5% para 74% dos mulheres jovens. Em uma entrevista , os autores do estudo levantaram vários possíveis fatores contribuintes, incluindo jogos e mídias sociais que levam tempo e precedência, mais consciência da assexualidade como identidade, declínio no uso de álcool, aumento de práticas de “sexo violento”, como engasgar, que podem ser assustador ou desconcertante para muitos, e rendas mais baixas.
O celibato voluntário nos Estados Unidos, parece ter mais vínculos com a religião do que no Reino Unido. Além disso, diz ele, “nesta era #MeToo e pós-Roe [com o retrocesso dos direitos reprodutivos] em que nos encontramos, os riscos percebidos associados ao sexo são maiores, principalmente para as mulheres. E, quando você considera a lacuna do orgasmo e o fato de que o prazer das mulheres ainda não está no mesmo nível do dos homens, algumas mulheres estão se perguntando se o sexo vale a pena.
Se você vê isso como um tipo de coisa de alto risco e baixa recompensa, pode decidir que está melhor sem isso.
Embora o celibato seja para muitos uma escolha pessoal positiva, também pode ser visto como resultado ou uma reação contra uma cultura sexual confusa, assim como algumas das feministas da segunda onda escolheram a lesbianidade política décadas atrás. No ano passado, o “femcel”, ou “celibatário involuntário feminino”, tornou-se popular. “Eles sentem a mesma sensação de ‘humilhação e exclusão’ que os ‘incels’ sentem”, como uma peça disse
Ao contrário dos notórios misóginos incels que culpam as mulheres por não quererem fazer sexo com elas, as femcels que postam em grupos online tendem a culpar seu celibato no cenário sexual destruidor de almas e em uma sociedade que, apesar de toda a sua conversa vazia de “positividade corporal”, ainda é obcecado por aparências e convenções de beleza.