Site icon Califórnia – BDCi News – Califórnia

Brasil vê ameaças da Coreia do Norte com ‘preocupação’, diz Patriota

O ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou nesta sexta-feira (5) que o governo brasileiro está “preocupado” com as ameaças militares da Coreia do Norte. Ele disse que ainda avalia se mantém a representação diplomática brasileira na capital norte-coreana, Pyongyang.

“Sobre a questão da Coreia do Norte, obviamente nós seguimos com preocupação essa escalada retórica na península coreana e estamos em permanente contato com nosso embaixador Roberto Colin e avaliaremos quais são as condições exatamente antes de tomarmos uma decisão sobre a permanência dele ou alguma outra alternativa. E [estamos] em contato também com outras embaixadas em Pyongyang”, disse o ministro após em entrevista no Itamaraty, após reunião com o Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Justiça de Cingapura, K Shanmugam.

A embaixada do Brasil em Pyongyang recebeu nesta sexta um comunicado do governo local instruindo as representações diplomáticas a informarem sobre a necessidade de apoio logístico para a saída de seus funcionários do país, em meio ao crescimento da tensão militar entre Coreia do Norte e Estados Unidos.

O governo da Coreia do Norte disse que só poderia garantir a segurança das embaixadas e organizações internacionais no país até a próxima quarta-feira (10). De acordo com a Convenção de Viena, o país tem obrigação de proteger as missões diplomáticas em meio à crescente tensão militar na região.

O Itamaraty informou ter o conhecimento da presença de apenas seis brasileiros na Coreia do Norte atualmente. Dois são funcionários da embaixada – o embaixador Roberto Colin e um funcionário administrativo. Também estão no país a mulher e o filho de Colin. Os outros dois brasileiros são a mulher e o filho do embaixador da Palestina na Coreia do Norte.

O Reino Unido disse que o pedido norte-coreano de que os países retirem seus diplomatas da capital, Pyongyang, faz parte da “retórica” norte-coreana contra os EUA.

Já o porta-voz da chancelaria russa, Denis Samsonov, disse que a Rússia estava examinando o pedido, mas não planejava a retirada imediata, e que não havia sinais externos de tensão na cidade. A agência de notícias russa RIA afirmou, citando fontes diplomáticas, que as autoridades russas estão em contato com EUA, China e Coreia do Sul para avaliar a necessidade de retirada.

A tensão na região aumentou nas últimas semanas com as crescentes ameaças militares da Coreia do Norte – um fechado regime comunista liderado pelo jovem ditador Kim Jong-un, considerado “imprevisível” por analistas -,  dirigidas aos Estados Unidos e à Coreia do Sul.

Uma fonte sul-coreana afirmou que há indícios de que a Coreia do Norte estaria preparando um teste de mísseis, possibilidade que os EUA admitem.

Alemanha
Ao mesmo tempo, a Alemanha anunciou que convocou o embaixador da Coreia do Norte no país para esclarecimentos, mostrando “inquietação” com o desenrolar da crise.

“O embaixador da Coreia do Norte foi convocado por ordem do ministro das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, ao ministério”, afirmou o porta-voz da pasta, Andreas Peschke.

“Informamos claramente que a recente escalada da Coreia do Norte, tanto no tom como no conteúdo, não é aceitável para o governo alemão”, disse Peschke.

Westerwelle aspira uma cooperação muito estreita com os sócios europeus e internacionais sobre a Coreia do Norte, completou, antes de lembrar que uma reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países do G8 deve acontecer na próxima semana em Londres.

Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

Exit mobile version