SÃO PAULO — Segundo maior banco privado brasileiro, o Bradesco pode fazer novas reduções nas taxas de juros para fazer frente à agressividade da concorrência, como o anunciado na semana passada.
O banco decidiu manter inalterada suas previsões de expansão das operações de crédito para este ano apesar do aumento da concorrência com os bancos públicos, que anunciaram cortes agressivos nas taxas de juros nas últimas duas semanas. Para 2012, o banco manteve a expectativa de crescimento entre 8% e 12%.
O banco não prevê perder participação de mercado para Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. “O Bradesco é competitivo e está bem posicionado. Temos escala e temos como competir. No mínimo, devemos manter o nosso market share [participação de mercado]”, disse Luiz Carlos Angelotti, diretor executivo do banco.
“É uma tendência do mercado [reduzir as taxas]. O banco deve tomar novas providências para se manter competitivo. Vai depender da avaliação interna. Entendemos que vai ter uma boa aceitação [as novas taxas do banco]. No nosso caso, está se iniciando hoje essas novas taxas”, disse.
Para Angelotti, a redução nos juros e nos ganhos com a intermediação financeira deve ser compensado pelo aumento do volume das operações. “Espera-se que o volume adicional compense. Praticamente espera-se que seja neutro o impacto considerado as novas taxas aplicadas”, disse.
O banco admitiu ainda que pode fazer mudanças na cobrança dos fundos de investimento, para a competitividade em relação à poupança. “Essa é uma questão que está sendo analisada internamente. O mercado deve se ajustar a essa situação. Estamos analisando eventuais medidas para manter nossos fundos competitivos”, disse.
O Bradesco divulgou hoje que teve lucro líquido de R$ 2,793 bilhões no primeiro trimestre, resultado 3,4% maior do que no mesmo período de 2011, impactado pelo aumento da inadimplência que atingiu o maior patamar em quase dois anos. O banco aumentou a provisão contra calotes em 20%.
Fonte: Folha de São Paulo
Foto: Brasdesco
23 de abril de 2012