Muita gente associa a água a uma ideia de relaxamento, prazer e purificação – não é à toa que ela é usada até hoje em cerimônias de batismo, por exemplo.
Há quem procure ainda terapias feitas na água para diversas finalidades, como espantar o estresse, relaxar a musculatura, alongar ou até mesmo melhorar o aspecto da pele.
Banhos de imersão, por exemplo, podem ser usados para reabilitar pacientes que tiveram AVC ou ajudar também idosos, que têm dificuldade de locomoção. De acordo com o fisioterapeuta, há casos de pacientes que não conseguem andar direito, por algum motivo, e quando entram na água, conseguem até correr já que ganham uma liberdade maior. Isso ajuda não só a saúde física, mas também a psicológica já que esses pacientes, especialmente os obesos, se sentem mais estimulados.
Até mesmo pessoas com problemas neurológicos podem se beneficiar da hidroterapia – quando elas se sentem mais leves dentro da água, conseguem executar movimentos e reaprendem a coordenar gestos que não podem realizar fora da água. Além disso, a temperatura quente também ajuda, especialmente a relaxar a musculatura. No caso de pacientes com problemas neurológicos, por exemplo, há uma tensão maior de um lado só do corpo e, na água, eles conseguem diminuir essa retração muscular.
Outro fator que interfere nesses tratamentos é a temperatura – no entanto, se ela vai ser quente ou fria, depende do objetivo do tratamento. No caso do ofurô, por exemplo, a água é usada em uma temperatura muito alta para auxiliar no relaxamento do corpo e da mente. O segredo desse tratamento, é a água estar um pouco mais quente do que a temperatura do corpo, ou seja, por volta de 38 graus. Além disso, são usados complementos, como gel de banho, óleos e até folhas, que ajudam ainda mais a relaxar.
E não são só os adultos que aproveitam o ofurô – existem maternidades que utilizam essa técnica para acalmar os bebês durante os seis primeiros meses de vida. Além de ajudar a deixá-los mais calminhos, o ofurô auxilia também na melhora da cólica.
Além da cólica, a água quente também pode ajudar a melhorar tensões e dores crônicas, por exemplo; já a água fria é mais indicada para casos de dores musculares, picadas de inseto e pancadas.
Há ainda a opção de usar o choque térmico, que funciona como uma bomba de contração e relaxamento, especialmente em caso de inchaço – quando o tornozelo incha, por exemplo, os vasos se dilatam e o calor provoca essa vasodilatação; ao entrar em choque com o frio, esses vasos se contraem e levam o líquido para a corrente sanguínea, para depois ser eliminado pela urina.
Por último, a dermatologista Márcia Purceli explicou que, fora as compressas de água, as compressas de soro fisiológico também são importantes e podem ajudar a aliviar problemas nos olhos, como terçol e conjuntivite, por exemplo.
No entanto, é preciso prestar atenção na temperatura – no caso do terçol, elas devem estar mornas e no caso da conjuntivite, frias.
Água no combate à doenças
Você já ouviu falar de estações de águas termais que ajudam a combater doenças? O Brasil tem várias e uma delas fica em Águas de Lindóia.
Banhos feitos com água que vem direto da nascente são recomendados por médicos para tratar e melhorar a aparência de feridas de erisipela e outras doenças dermatológicas, como psoríase, por exemplo.
Segundo o médico homeopata Acário Nespoli Antunes, a água tem ação anti-inflamatória e anti-alérgica, o que melhora a aparência das feridas sem a necessidade de usar remédios ou qualquer outra terapia complementar. A dermatologista Márcia Purceli alerta, no entanto, o uso das águas termais não é suficiente para o tratamento desses problemas, apenas ajuda a aliviar os sintomas.
Fonte: G1