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A depressão entre os jovens

Nos últimos anos, a depressão tem surgido cada vez mais cedo, tanto em crianças quanto em jovens, de forma geral. Em minha opinião, a inquietação pela busca do TER antes do SER, o consumismo desenfreado alimentado pela mídia televisiva, escrita e a internet, a perda da autoestima e a falta de um propósito de vida podem ser causas importantes que devemos considerar quando falamos de depressão na juventude.

Assim, é cada vez maior o contingente de jovens em estado depressivo, vagando de consultório em consultório, sem esperanças de cura e com tristes prognósticos de internação em um hospital psiquiátrico. Eles formam um grande grupo de pessoas que iniciam sua vida profissional tristes, cansadas e desanimadas, para quem a vida parece não ter lógica alguma e – o grande perigo – o desejo da morte surge como tábua de salvação.

Causas da depressão
A depressão pode ter causas emocionais e fisiológicas e, nestas, o fator genético deve ser considerado. Acredita-se que haja uma base genética, já que pessoas com história familiar de depressão apresentam maiores chances de desenvolver a doença.

Sintomas recorrentes: A depressão é uma doença multissintomática, e os sintomas mais comuns são: • Sentimentos de inutilidade, baixa autoestima, desamparo ou falta de esperança. • Humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade, medos • Dormir mais ou menos que o normal • Comer mais ou menos que o normal, má alimentação • Dificuldade em se concentrar ou em tomar decisões, falta de assertividade (a pessoa que não sabe dizer NÃO quando é preciso) • Perda de interesse em participar de atividades habituais e cotidianas • Redução da libido (desejo sexual) • Recusa em estar com outras pessoas • Sentimentos exagerados de culpa, tristeza ou ódio (aparente ou não) • Perda de energia ou sentimento de cansaço

• Pensamentos de morte e suicídio

Drogas e bebidas alcoólicas
Quando há consumo de bebidas alcoólicas e/ou de drogas, o quadro de depressão se agrava, e muito. Geralmente o jovem busca as drogas lícitas ou ilícitas justamente por já apresentar o quadro depressivo. Ao invés de buscar ajuda dos pais (muitas vezes complicados e ausentes) e de profissionais da saúde mental, buscam as drogas e o álcool como “remédio” para suas dores morais, por ser mais fácil de encontrar e, também pela influência de “amigos da onça”.

Como lidar com um depressivo
É importante que os pais ou responsáveis pelo jovem observem os sintomas ou sinais da depressão, listados acima. Em seguida, que procurem encorajar o filho a falar sobre seus sentimentos e ofereçam apoio. Não tentem resolver os problemas dele, apenas escutem, com simpatia e compreensão, sugerindo a ele procurar ajuda de um médico psiquiatra e de um terapeuta competente.

Na convivência com pessoas deprimidas, é sempre bom lembrar-se de: • Evitar as críticas, pois as pessoas deprimidas são muito sensíveis e isso pode fazê-las desmoronar. • Não tomar a depressão do outro como sua culpa • Não pressionar a pessoa, incitando-a a reagir, porque a depressão é uma doença fisiológica e, como tal, necessita de medicamentos para seu tratamento e cura. • Não assumir as responsabilidades do doente

• Não perder a paciência, porque a pessoa deprimida pode estar irritável.

Tratamentos e cura Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a depressão tem cura. É importante que, ao perceber os sintomas, a pessoa procure atendimento médico psiquiátrico e psicoterápico, pois quanto antes for iniciado o tratamento, mais rápido o doente voltará à sua vida normal.

O tratamento medicamentoso pode ser realizado com o uso de antidepressivos alopáticos, constituídos por um grupo de medicamentos químicos que têm o objetivo de restabelecer o equilíbrio na comunicação dos neurônios. Atualmente temos vários tipos de antidepressivos, cada um com sua indicação específica, de acordo com a recomendação do médico psiquiatra.

Os antidepressivos alopáticos, de um modo geral, depois de adaptados pelo organismo, não causam sonolência, nem dependência, e não precisam ser tomados para o resto da vida, salvo alguns casos em que a depressão se torne crônica. Uma característica importante é que o início dos efeitos dos medicamentos não é imediato, necessitando de um período de aproximadamente 3 a 4 semanas para começar a mostrar resultados. Da mesma forma, deve-se ter em mente que o tratamento da depressão é demorado, levando em média de 4 a 6 meses, podendo estender-se até um ano ou mais. Isso tudo vai depender da gravidade da doença e da resposta do paciente ao tratamento.

A psicoterapia é mais um instrumento terapêutico de grande importância, pois ajuda a pessoa a se conscientizar da doença e que precisa de ajuda e de se autoajudar, identificando em si mesma pontos importantes que possam ter contribuído para o desenvolvimento da depressão, ao mesmo tempo em que possibilita a elaboração de estratégias para driblar esses fatores.

A psicoterapia, associada à alopatia (prescrita pelo médico psiquiatra), ou à homeopatia e aos Florais de Bach, leva o tratamento a uma interação sinérgica de excelentes resultados. O exercício da religiosidade, seja qual for a denominação religiosa, é muito importante, assim como, o apoio e a participação de familiares e amigos durante o tratamento.

Reincidência da depressão
A reincidência, isto é, a possibilidade de ter novamente a doença, é muito comum na depressão. O grande perigo é que muitas pessoas, durante o tratamento, quando percebem uma melhora aparente, decidem, por conta própria, parar com a medicação, de supetão, sem avisar ao médico. Aí pode ocorrer o chamado “efeito rebote”, em que os sintomas retornam com maior força. É preciso deixar claro que o medicamento, sempre necessário em casos de depressão, apenas estabiliza os sintomas, como se fosse uma muleta temporária para que a pessoa tenha tempo para fazer sua reforma intima de atitudes, comportamentos inadequados, emoções desarmônicas, mágoas, etc., que acumulou em sua vida. E é nesta parte que a psicoterapia entra, na conscientização e solução do problema que levou à doença.

É sempre bom lembrar
As pessoas deprimidas devem evitar comentários sobre a doença e suas mazelas. Devem, por outro lado, conversar sobre soluções para sua doença e, buscar apoio com profissionais adequados.

  (1) Fernando Vieira Filho é psicoterapeuta, é especialista em Terapia com Florais de Bach e autor do livro – Cure suas Mágoas e Seja Feliz! – Barany Editora – São Paulo 2012

http://curesuasmagoasesejafeliz.blogspot.com.br/

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