No Bem Estar desta sexta-feira (17), o infectologista Caio Rosenthal explicou que não há um grupo de risco para desenvolver a doença – qualquer pessoa, mesmo a mais saudável, pode pegar e evoluir para um quadro mais grave.
Em caso de suspeita da doença, a dica principal é beber bastante água, cerca de 3 a 4 litros ao dia, como alertou o médico. Isso ajuda a evitar o risco de choque hipovolêmico e até mesmo um quadro mais sério, como a morte. Se o médico observa no hospital que o paciente não vai conseguir beber a quantidade adequada de água por algum motivo, ele deve colocar o soro fisiológico imediatamente para ajudar e evitar a desidratação. O infectologista acrescenta ainda que pessoas que já pegaram dengue uma vez podem ter complicações maiores se pegarem a doença novamente.
A cabeleireira Adriana, que era uma mulher saudável, fazia exercícios físicos regularmente, se alimentava bem e não tinha nenhum problema de saúde, acabou pegando a doença junto com o marido – ele foi logo ao hospital, tomou remédios e se recuperou, mas ela desenvolveu um quadro mais sério, foi internada e não resistiu. Apesar de o casal ter contraído a doença quase ao mesmo tempo, o infectologista Caio Rosenthal alerta que ela não é transmitida de pessoa para pessoa – o fato de duas pessoas do mesmo ambiente terem dengue significa que aquele ambiente é favorável para que o mosquito apareça.
Para se proteger contra esse mosquito, fora todos os hábitos que ajudam, como evitar água parada em pneus e vasos e colocar uma tela fina nas janelas, por exemplo, há também a esperança de uma vacina. Há 80 anos, cientistas do mundo inteiro buscam essa vacina e, segundo o diretor da Divisão de Ensaios Clínicos do Instituto Butantan, Alexander Precioso, as pesquisas estão no caminho certo.
Em 2005, o Instituto fechou uma parceria com empresas nacionais de saúde dos Estados Unidos para desenvolver essa vacina. Os quatro vírus causadores da dengue tiveram o material genético modificados para que a pessoa vacinada produza os anticorpos, mas não desenvolva a doença.
Agora, a vacina será testada em 50 pessoas na cidade de São Paulo, homens e mulheres entre 18 e 59 anos saudáveis e que nunca tiveram dengue. Com esses primeiros resultados, os cientistas poderão ampliar os testes para um grupo maior de pessoas, incluindo quem já teve a doença. Segundo os pesquisadores, a vacina pode estar disponível a partir de 2018.
Enquanto isso não acontece, os especialistas continuam reforçando a importância de adotar medidas de prevenção, como recolher recipientes que possam acumular água no dia a dia.
Caso isso aconteça, as fêmeas do mosquito depositam os ovos dentro desses recipientes e no futuro, esses ovos se transformam em larvas, que crescem e se tornam mosquitos adultos. De acordo com o engenheiro agrônomo Luís Fernando Macul, a conscientização da população é extremamente importante para reduzir a infestação de dengue.
Outras pragas
Os especialistas falaram também sobre outros insetos que costumam aparecer em casa – por causa do acúmulo de lixo, os ratos podem aparecer e transmitir doenças, por isso é essencial que as pessoas tenham a consciência de evitar que o lixo fique acumulado. Até mesmo os animais de estimação podem se contaminar através das pragas e pegar doenças, como disse o infectologista Caio Rosenthal.
O biólogo Fernando Bernardini lembrou ainda que é fundamental criar barreiras físicas dentro de casa para prevenir a entrada de pragas – o ralo, por exemplo, pode ser coberto por uma tela, que evita o problema. Em relação aos mosquitos e pernilongos, vale ressaltar que apesar de serem um incômodo, eles não transmitem o vírus da Aids, como lembrou o infectologista.
No caso dos cupins, os especialistas alertaram que eles podem até mesmo causar incêndios já que conseguem corroer o plástico da fiação elétrica. A força da mandíbula dos cupins é tanta que eles conseguem destruir também concretos – porém, existem madeiras que eles não “gostam”, como a ipê e jatobá, como mostrou o biólogo Fernando Bernardini.
Fonte: G1