Mais de uma dezena de países, distribuídos por dois continentes, já registraram distúrbios por conta das manifestações contra o filme feito nos EUA e considerado blasfemo por muçulmanos.
A produção amadora, que ganhou o mundo pela internet, retrata o profeta Maomé de forma controversa e serviu de estopim para as manifestações, que culminaram com a morte do embaixador americano da Líbia e mais três cidadãos americanos na terça-feira à noite, num atentado ainda sob investigação das autoridades locais.
Manifestantes jogam explosivo em embaixada dos EUA na Tunísia Manifestantes invadem embaixada da Alemanha no Sudão Manifestantes entram na embaixada do Reino Unido no Sudão Manifestante morre durante protestos anti-EUA no Líbano
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Os protestos, que inicialmente estiveram restritos à parte da Ásia central e norte da África, atravessaram o oceano Índico e alcançaram a Indonésia (na Ásia meridional), um dos países de maioria muçulmana mais populosos do planeta.
Pelo menos 400 pessoas se reuniram em frente à embaixada dos EUA em Jacarta, num incidente sem maiores distúrbios.
Em outros países, no entanto, as manifestações logo derivaram para a violência, com dezenas de feridos e pelo menos uma morte registrada no Líbano.
No Iêmen, forças de segurança bloquearam as ruas nas cercanias da embaixada dos EUA na capital Sanaa nesta sexta-feira, em mais um dia de violentos protestos neste país.
Centenas se reuniram numa mesquita próxima da embaixada, portanto placas e gritando slogans contra o filme.
“Expulsem o embaixador dos EUA! Morte à América, morte à Israel”, era a mensagem escrita numa faixa portada por um manifestante.
No Sudão, milhares de muçulmanos fizeram protestos violentos, reprimidos pelas forças policiais com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Os policiais, no entanto, não conseguiram reprimir a invasão de duas embaixadas de países ocidentais: Alemanha e Reino Unido.
Os sudaneses conseguiram invadir ambas representações após subir os muros dos prédios e ficaram na área externa dos locais, sem entrar nos edifícios diplomáticos.
A embaixada dos EUA também foi alvo dos manifestantes, que atearam fogo a equipamentos em frente ao prédio dessa representação diplomática.
No Egito, policiais dispararam bombas de gás lacrimogêneo e entraram em confronto com centenas de manifestantes, que protestavam a poucas quadras do posto diplomático dos EUA no Cairo.
Milhares de pessoas se manifestaram em Amã, capital da Jordânia, também nas imediações da embaixada americana.
“Não é aceitável o que aconteceu, porque não se trava de um caso isolado, mas sim da continuação de ofensas sistemáticas contra os muçulmanos, que já duram décadas”, disse o líder salafista Saad Hunaiti, durante a marcha em Amã, fazendo referência ao vídeo controverso.
Ainda na região do Oriente Médio, centenas de palestinos enfrentaram forças de segurança israelenses, que impediram o acesso dos manifestantes ao consulado americano em Jerusalém.
Os policiais usaram bombas de efeito moral contra os manifestantes, que responderam com pedras. Pelo menos um policial teve ferimentos leves, de acordo com a imprensa local.
Fonte Folha.com
Foto: Mian Khursheed/Reuters