BRASÍLIA (BDCi) — O dólar encerrou em alta ante o real nesta segunda-feira (12) e atingiu o maior valor em mais de quatro meses, desde 28 de junho, quando alcançou R$ 2,0762. Também foi a primeira vez desde 2 de agosto que a moeda voltou ao patamar de fechamento de R$ 2,05, quando ficou em a R$ 2,0507.
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A moeda acompanhou uma piora dos mercados no cenário externo, com investidores ainda preocupados com a situação da Grécia e de olho na questão do “abismo fiscal” nos Estados Unidos. Durante quase toda a manhã, a divisa ficou estável, com um baixo volume de negócios, mas no período da tarde, passou a subir.
A moeda norte-americana fechou em alta de 0,21%, a R$ 2,0515. No mês, a moeda tem alta acumulada de 1% e no ano, de 9,79%.
Flutuação suja
O governo tem estabelecido informalmente uma flutuação da moeda entre R$ 2 e R$ 2,10, segundo especialistas do mercado – o que teoricamente não prejudicaria o controle da inflação e seria benéfico para as exportações brasileiras. O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou, no fim de outubro, que o governo tomaria todas as medidas legais para evitar a valorização do real frente ao dólar e que o Banco Central trabalha para manter o câmbio de “pelo menos” R$ 2 para US$ 1.
Para controlar o preço do dólar, o governo tem uma série de instrumentos. Além das compras e vendas de dólares no mercado à vista, o BC também pode operar no mercado futuro (por meio das operações de “swap” cambial tradicionais e reversas). O Ministério da Fazenda, por sua vez, pode utilizar as alíquotas do IOF para tentar controlar o ingresso de divisas no país – assim como foi feito no passado recente.
Cenário externo
“A moeda está acompanhando o cenário internacional, as bolsas norte-americana já abriram em baixa. Tem a preocupação com o abismo fiscal nos EUA, com expectativa de acordo entre os democratas e republicanos. Além da Grécia, que continua sendo uma fonte de problemas”, disse o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo. O Congresso dos EUA precisa entrar em um acordo para evitar US$ 600 bilhões em aumentos de impostos e cortes de gastos federais que entrarão em vigor no final do ano, o chamado “abismo fiscal”.
A Grécia, por sua vez, aguarda a liberação da próxima parcela de ajuda internacional.
Fonte: g1.globo.com Foto: polibiobraga.blogspot.com
Data: 12 de novembro de 2012, 2h52 p.m. PST