O café só perde para a água. É a segunda bebida mais consumida no mundo. Dá o nome a uma das principais refeições, o “café da manhã”. Participa das reuniões de trabalho, das visitas sociais, das salas de espera, do intervalo das palestras… E muitas vezes é o motivo de um convite irrecusável para jogar conversa fora com amigos: “Vamos tomar um café?”
Mas o que o torna tão irresistível assim? O cheiro que é, na verdade, quase um perfume e o sabor delicioso, sem dúvida nenhuma. Mas tem mais. O café é composto por várias substâncias, entre as quais se destacam alguns antioxidantes que têm a capacidade de liberar dopamina, que é um neurotransmissor responsável por uma gostosa sensação de bem-estar.
Além disso, o ele possui a cafeína, responsável por um dos seus efeitos mais característicos. É uma substância que estimula o sistema nervoso central. Ocupa o lugar de alguns receptores que enviam uma mensagem dizendo que o corpo deve entrar em estado de alerta. Por isso, libera adrenalina que nos prepara para uma “luta”: o coração bate mais rápido, a respiração acelera, a pressão arterial sobe, o fluxo de sangue para os músculos aumenta e a pupila dilata.
Exatamente aí é que reside um dos alvos de controvérsias sobre café: afinal, ele seria mocinho ou poderia ser considerado uma espécie de “droga”, uma vez que a cafeína sabidamente provoca dependência física, causando, em algumas pessoas, cefaleia importante quando há abstinência. Além disso, aumenta a secreção ácida digestiva, propiciando o aparecimento de gastrite ou úlcera. Doses altas de cafeína podem acentuar um estado de nervosismo, agitação, tremores e insônia.
Por outro lado, e para fomentar a discussão, estudos recentes realizados em diferentes partes do mundo, como nos Estados Unidos, Finlândia e Coreia do Sul apontam que de 4 a 5 xícaras de café por dia são benéficas para a atividade cardiovascular, protegendo quem as consome. Estes estudos afirmam que quem toma café diariamente tem menor chance de doenças cardíacas.
O que fazer diante de controvérsias, afirmações e contra-afirmações que parecem não ter fim?
Usar o bom senso deve ser a melhor conduta. Para isso, conhecer-se é fundamental, e um dos grandes “remédios” para aplacar nossas queixas clínicas. Cada um é um, com sua própria saúde cardiovascular, estômago com maior ou menor secreção ácida e com um sistema nervoso com diferentes graus de sensibilidade à cafeína.
Entenda-se com você mesmo. Não ultrapasse seus limites de tolerância física. Isso significa, por exemplo, que se o café te dá insônia, evite tomá-lo após as 16 horas. Quem tem gastrite deve evitá-lo e quem precisa do café para melhorar a dor de cabeça deve saber que já está com certo grau de dependência.